Exemplos de
Tomar ar
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1. Metamorfose
m. Por exemplo, quando volto para o hotel, de manhã, para
nota das encomendas que tenho, esses se limitam a sentar-se
silenciosamente sem ser incomodado, vestir-se e, sobretudo,
o breve almoço, e só depois estudar que mais havia a faze
or é terrivelmente obstinado, não tenho o menor desejo de
a sua defesa. E a sua posição na firma não é assim tão
zer-lhe isto em particular, mas, visto que o senhor está a
tão desnecessariamente o meu tempo, não vejo razão para
té evitar essas inocentes referências à questão. Gregor
a a firme decisão de levar a idéia avante e tencionava anu
orfoseou-se em um sapo. 2- A mudnça de vida da zona rural p
a a zona urbana foi uma metamorfose radical. A Metamorfose)
adical. A Metamorfose) (Franz Kafka) Numa manhã, ao despert
de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama tra
ntesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que p
ecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça,
orso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levant
um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho d
tido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o
redondado ventre castanho dividido em duros segmentos arquea
u o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos
queados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posi
ficilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorreg
. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que
te mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comp
adas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram mis
s olhos. Que me aconteceu? - pensou. Não era um sonho. O qu
to, um vulgar quarto humano, apenas bastante acanhado, ali e
me aconteceu? - pensou. Não era um sonho. O quarto, um vulg
quarto humano, apenas bastante acanhado, ali estava, como d
onteceu? - pensou. Não era um sonho. O quarto, um vulgar qu
to humano, apenas bastante acanhado, ali estava, como de cos
nte acanhado, ali estava, como de costume, entre as quatro p
edes que lhe eram familiares. Por cima da mesa, onde estava
como de costume, entre as quatro paredes que lhe eram famili
es. Por cima da mesa, onde estava deitado, desembrulhada e e
jante, estava pendurada a fotografia que recentemente recort
a de uma revista ilustrada e colocara numa bonita moldura do
que recentemente recortara de uma revista ilustrada e coloc
a numa bonita moldura dourada. Mostrava uma senhora, de chap
es, onde o antebraço sumia! Gregor desviou então a vista p
a a janela e deu com o céu nublado - ouviam-se os pingos de
- cogitou. Mas era impossível, estava habituado a dormir p
a o lado direito e, na presente situação, não podia virar
ara o lado direito e, na presente situação, não podia vir
-se. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para a
não podia virar-se. Por mais que se esforçasse por inclin
o corpo para a direita, tornava sempre a rebolar, ficando d
virar-se. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo p
a a direita, tornava sempre a rebolar, ficando de costas. Te
por inclinar o corpo para a direita, tornava sempre a rebol
, ficando de costas. Tentou, pelo menos, cem vezes, fechando
costas. Tentou, pelo menos, cem vezes, fechando os olhos, p
a evitar ver as pernas a debaterem-se, e só desistiu quando
Tentou, pelo menos, cem vezes, fechando os olhos, para evit
ver as pernas a debaterem-se, e só desistiu quando começo
lanco uma ligeira dor entorpecida que nunca antes experiment
a. Oh, meu Deus, pensou, que trabalho tão cansativo escolhi
meu Deus, pensou, que trabalho tão cansativo escolhi! Viaj
, dia sim, dia não. É um trabalho muito mais irritante do
amente dito, e ainda por cima há ainda o desconforto de and
sempre a viajar, preocupado com as ligações dos trens, co
inda por cima há ainda o desconforto de andar sempre a viaj
, preocupado com as ligações dos trens, com a cama e com a
igações dos trens, com a cama e com as refeições irregul
es, com conhecimentos casuais, que são sempre novos e nunca
imos. Diabos levem tudo isto! Sentiu uma leve comichão na b
riga; arrastou-se lentamente sobre as costas, - mais para ci
abos levem tudo isto! Sentiu uma leve comichão na barriga;
rastou-se lentamente sobre as costas, - mais para cima na ca
na barriga; arrastou-se lentamente sobre as costas, - mais p
a cima na cama, de modo a conseguir mexer mais facilmente a
natureza não compreendeu no momento, e fez menção de toc
lá com uma perna, mas imediatamente a retirou, pois, ao se
retirou, pois, ao seu contato, sentiu-se percorrido por um
repio gelado. Voltou a deixar-se escorregar para a posição
o, sentiu-se percorrido por um arrepio gelado. Voltou a deix
-se escorregar para a posição inicial. Isto de levantar ce
ercorrido por um arrepio gelado. Voltou a deixar-se escorreg
para a posição inicial. Isto de levantar cedo, pensou, de
rrido por um arrepio gelado. Voltou a deixar-se escorregar p
a a posição inicial. Isto de levantar cedo, pensou, deixa
eixar-se escorregar para a posição inicial. Isto de levant
cedo, pensou, deixa a pessoa estúpida. Um homem necessita
e sono. Há outros comerciantes que vivem como mulheres de h
ém. Por exemplo, quando volto para o hotel, de manhã, para
e vivem como mulheres de harém. Por exemplo, quando volto p
a o hotel, de manhã, para tomar nota das encomendas que ten
harém. Por exemplo, quando volto para o hotel, de manhã, p
a tomar nota das encomendas que tenho, esses se limitam a se
Por exemplo, quando volto para o hotel, de manhã, para tom
nota das encomendas que tenho, esses se limitam a sentar-se
tomar nota das encomendas que tenho, esses se limitam a sent
-se à mesa para o pequeno almoço. Eu que tentasse sequer f
encomendas que tenho, esses se limitam a sentar-se à mesa p
a o pequeno almoço. Eu que tentasse sequer fazer isso com o
logo despedido. De qualquer maneira, era capaz de ser bom p
a mim - quem sabe? Se não tivesse de me agüentar, por caus
ser bom para mim - quem sabe? Se não tivesse de me agüent
, por causa dos meus pais, há muito tempo que me teria desp
mpo que me teria despedido; iria ter com o patrão e lhe fal
exatamente o que penso dele. Havia de cair ao comprido em c
ecretária! Também é um hábito esquisito, esse de se sent
a uma secretária em plano elevado e falar para baixo para
, esse de se sentar a uma secretária em plano elevado e fal
para baixo para os empregados, tanto mais que eles têm de
se de se sentar a uma secretária em plano elevado e falar p
a baixo para os empregados, tanto mais que eles têm de apro
ntar a uma secretária em plano elevado e falar para baixo p
a os empregados, tanto mais que eles têm de aproximar-se ba
aixo para os empregados, tanto mais que eles têm de aproxim
-se bastante, porque o patrão é ruim de ouvido. Bem, ainda
há uma esperança; depois de ter economizado o suficiente p
a pagar o que os meus pais lhe devem - o que deve levar outr
esperança; depois de ter economizado o suficiente para pag
o que os meus pais lhe devem - o que deve levar outros cinc
nte para pagar o que os meus pais lhe devem - o que deve lev
outros cinco ou seis anos -, faço-o, com certeza. Nessa al
is anos -, faço-o, com certeza. Nessa altura, vou me libert
completamente. Mas, para agora, o melhor é me levantar, po
certeza. Nessa altura, vou me libertar completamente. Mas, p
a agora, o melhor é me levantar, porque o meu trem parte à
bertar completamente. Mas, para agora, o melhor é me levant
, porque o meu trem parte às cinco. Olhou para o despertado
as, para agora, o melhor é me levantar, porque o meu trem p
te às cinco. Olhou para o despertador, que fazia tique-taqu
r é me levantar, porque o meu trem parte às cinco. Olhou p
a o despertador, que fazia tique-taque na cômoda. Pai do C
-se em silêncio, até passava da meia hora, era quase um qu
to para as sete. O despertador não teria tocado? Da cama, v
silêncio, até passava da meia hora, era quase um quarto p
a as sete. O despertador não teria tocado? Da cama, via-se
a tocado? Da cama, via-se que estava corretamente regulado p
a as quatro; claro que devia ter tocado. Sim, mas seria poss
, via-se que estava corretamente regulado para as quatro; cl
o que devia ter tocado. Sim, mas seria possível dormir soss
mas seria possível dormir sossegadamente no meio daquele b
ulho que trespassava os ouvidos? Bem, ele não tinha dormido
? Bem, ele não tinha dormido sossegadamente; no entanto, ap
entemente, se assim era, ainda devia ter sentido mais o baru
parentemente, se assim era, ainda devia ter sentido mais o b
ulho. Mas que faria agora? O próximo trem saía às sete; p
assim era, ainda devia ter sentido mais o barulho. Mas que f
ia agora? O próximo trem saía às sete; para apanhá-lo ti
ulho. Mas que faria agora? O próximo trem saía às sete; p
a apanhá-lo tinha de correr como um doido, as amostras aind
nda não estavam embrulhadas e ele próprio não se sentia p
ticularmente fresco e ativo. E, mesmo que apanhasse o trem,
o estavam embrulhadas e ele próprio não se sentia particul
mente fresco e ativo. E, mesmo que apanhasse o trem, não co
ativo. E, mesmo que apanhasse o trem, não conseguiria evit
uma reprimenda do chefe, visto que o porteiro da firma havi
ia que estava doente? Mas isso seria muito desagradável e p
eceria suspeito, porque, durante cinco anos de emprego, nunc
a, repreenderia os pais pela preguiça do filho e poria de p
te todas as desculpas, recorrendo ao médico da Previdência
um bando de falsos doentes perfeitamente saudáveis. E engan
ia assim tanto desta vez? Efetivamente, Gregor sentia-se bas
desta vez? Efetivamente, Gregor sentia-se bastante bem, à p
te uma sonolência que era perfeitamente supérflua depois d
mente a toda a velocidade, sem ser capaz de resolver a deix
a cama - o despertador acabava de indicar quinze para as se
de resolver a deixar a cama - o despertador acabava de indic
quinze para as sete -, ouviram-se pancadas cautelosas na po
a deixar a cama - o despertador acabava de indicar quinze p
a as sete -, ouviram-se pancadas cautelosas na porta que fic
ama. - Gregor - disse uma voz, que era a da mãe -, é um qu
to para as sete. Não tem de apanhar o trem? Aquela voz suav
Gregor - disse uma voz, que era a da mãe -, é um quarto p
a as sete. Não tem de apanhar o trem? Aquela voz suave! Gre
ra a da mãe -, é um quarto para as sete. Não tem de apanh
o trem? Aquela voz suave! Gregor teve um choque ao ouvir a
se a certeza de tê-las ouvido corretamente. Gregor queria d
uma resposta longa, explicando tudo, mas, em tais circunst
mitou-se a dizer: - Sim, sim, obrigado, mãe, já vou levant
. A porta de madeira que os separava devia ter evitado que a
igado, mãe, já vou levantar. A porta de madeira que os sep
ava devia ter evitado que a sua mudança de voz fosse percep
ca de palavras tinha feito os outros membros da família not
em que Gregor estava ainda em casa, ao contrário do que esp
que você tem? E, passando pouco tempo depois, tornou a cham
, com voz mais firme: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta
o normal quanto possível, pronunciando as palavras muito cl
amente e deixando grandes pausas entre elas. Assim, o pai vo
se grato ao prudente hábito que adquirira em viagem de fech
todas as portas à chave durante a noite, mesmo em casa. A
a noite, mesmo em casa. A sua intenção imediata era levant
-se silenciosamente sem ser incomodado, vestir-se e, sobretu
enciosamente sem ser incomodado, vestir-se e, sobretudo, tom
o breve almoço, e só depois estudar que mais havia a faze
r-se e, sobretudo, tomar o breve almoço, e só depois estud
que mais havia a fazer, dado que na cama, bem o sabia, as s
dado que na cama, bem o sabia, as suas meditações não lev
iam a qualquer conclusão sensata. Lembrava-se de muitas vez
das, que se tinham revelado puramente imaginárias ao levant
-se, e ansiava fortemente por ver as ilusões desta manhã d
esfriado, doença permanente dos caixeiros-viajantes. Libert
-se da colcha era tarefa bastante fácil: bastava-lhe inchar
manente dos caixeiros-viajantes. Libertar-se da colcha era t
efa bastante fácil: bastava-lhe inchar um pouco o corpo e d
ar-se da colcha era tarefa bastante fácil: bastava-lhe inch
um pouco o corpo e deixá-la cair por si. Mas o movimento s
seguinte era complicado, especialmente devido à sua invulg
largura. Precisaria de braços e mãos para erguer-se; em s
uinte era complicado, especialmente devido à sua invulgar l
gura. Precisaria de braços e mãos para erguer-se; em seu l
licado, especialmente devido à sua invulgar largura. Precis
ia de braços e mãos para erguer-se; em seu lugar, tinha ap
ido à sua invulgar largura. Precisaria de braços e mãos p
a erguer-se; em seu lugar, tinha apenas as inúmeras perninh
ra. Precisaria de braços e mãos para erguer-se; em seu lug
, tinha apenas as inúmeras perninhas, que não cessavam de
nha apenas as inúmeras perninhas, que não cessavam de agit
-se em todas as direções e que de modo nenhum conseguia co
m todas as direções e que de modo nenhum conseguia control
. Quando tentou dobrar uma delas, foi a primeira a esticar-s
e que de modo nenhum conseguia controlar. Quando tentou dobr
uma delas, foi a primeira a esticar-se, e, ao conseguir fin
olar. Quando tentou dobrar uma delas, foi a primeira a estic
-se, e, ao conseguir finalmente que fizesse o que ele queria
e, numa incômoda e intensa agitação. Mas de que serve fic
na cama assim sem fazer nada, perguntou Gregor a si própri
e talvez conseguisse sair da cama deslocando em primeiro lug
a parte inferior do corpo, mas esta, que não tinha visto a
ez conseguisse sair da cama deslocando em primeiro lugar a p
te inferior do corpo, mas esta, que não tinha visto ainda e
se deslocava; quando, finalmente, quase enfurecido de contr
iedade, reuniu todas as forças e deu um temerário impulso,
r aguda que sentiu ser provavelmente aquela, de momento, a p
te mais sensível do corpo. Visto isso, tentou extrair prime
sensível do corpo. Visto isso, tentou extrair primeiro a p
te superior, deslizando cuidadosamente a cabeça para a bord
eiro a parte superior, deslizando cuidadosamente a cabeça p
a a borda da cama. Descobriu ser fácil e, apesar da sua lar
a cabeça para a borda da cama. Descobriu ser fácil e, apes
da sua largura e volume, o corpo acabou por acompanhar lent
ara a borda da cama. Descobriu ser fácil e, apesar da sua l
gura e volume, o corpo acabou por acompanhar lentamente o mo
apesar da sua largura e volume, o corpo acabou por acompanh
lentamente o movimento da cabeça. Ao conseguir, por fim, m
beça até à borda da cama, sentiu-se demasiado assustado p
a prosseguir o avanço, dado que, no fim de contas caso se d
so se deixasse cair naquela posição, só um milagre o salv
ia de magoar a cabeça. E, custasse o que custasse, não pod
se cair naquela posição, só um milagre o salvaria de mago
a cabeça. E, custasse o que custasse, não podia perder os
nesta altura, precisamente nesta altura; era preferível fic
na cama. Quando, após repetir os mesmos esforços, ficou n
primitiva, suspirando, e viu as pequenas pernas a entrechoc
em-se mais violentamente que nunca, se possível, não divis
ão divisando processo de introduzir qualquer ordem naquela
bitrária confusão, repetiu a si próprio que era impossív
ria confusão, repetiu a si próprio que era impossível fic
na cama e que o mais sensato era arriscar tudo pela menor e
que era impossível ficar na cama e que o mais sensato era
riscar tudo pela menor esperança de libertar-se dela. Ao me
ra impossível ficar na cama e que o mais sensato era arrisc
tudo pela menor esperança de libertar-se dela. Ao mesmo te
is sensato era arriscar tudo pela menor esperança de libert
-se dela. Ao mesmo tempo, não se esquecia de ir recordando
ualquer resolução desesperada. Nessas alturas, tentava foc
a vista tão distintamente quanto podia na janela, mas, inf
uco alívio e coragem lhe trazia. Sete horas, disse, de si p
a si, quando o despertador voltou a bater, sete horas, e um
horas, e um nevoeiro tão denso, por momentos, deixou-se fic
quieto, respirando suavemente, como se porventura esperasse
eto devolvesse todas as coisas à sua situação real e vulg
. A seguir, disse a si mesmo: Antes de baterem as sete e qui
a si mesmo: Antes de baterem as sete e quinze, tenho que est
fora desta cama. De qualquer maneira, a essa hora já terá
, a essa hora já terá vindo alguém do escritório pergunt
por mim, visto que abre antes das sete horas. E pôs-se a b
im, visto que abre antes das sete horas. E pôs-se a balouç
todo o corpo ao mesmo tempo, num ritmo regular, no intuito
-se a balouçar todo o corpo ao mesmo tempo, num ritmo regul
, no intuito de rebocá-lo para fora da cama. Caso se desequ
o mesmo tempo, num ritmo regular, no intuito de rebocá-lo p
a fora da cama. Caso se desequilibrasse naquela posição, p
quer pancada erguendo-a num ângulo agudo ao cair. O dorso p
ecia ser duro e não era provável que se ressentisse de uma
sentisse de uma queda no tapete. A sua preocupação era o b
ulho da queda, que não poderia evitar, o qual, provavelment
preocupação era o barulho da queda, que não poderia evit
, o qual, provavelmente, causaria ansiedade, ou mesmo terror
queda, que não poderia evitar, o qual, provavelmente, caus
ia ansiedade, ou mesmo terror, do outro lado e em todas as p
ais um jogo que um esforço, dado que apenas precisava rebol
, balouçando-se para um lado e para outro -, veio-lhe à id
sforço, dado que apenas precisava rebolar, balouçando-se p
a um lado e para outro -, veio-lhe à idéia como seria fác
ue apenas precisava rebolar, balouçando-se para um lado e p
a outro -, veio-lhe à idéia como seria fácil se conseguis
. Duas pessoas fortes - pensou no pai e na criada - seriam l
gamente suficientes; não teriam mais que meter-lhe os braç
ter-lhe os braços por baixo do dorso convexo, levantá-lo p
a fora da cama, curvarem-se com o fardo e em seguida ter a p
baixo do dorso convexo, levantá-lo para fora da cama, curv
em-se com o fardo e em seguida ter a paciência de colocá-l
convexo, levantá-lo para fora da cama, curvarem-se com o f
do e em seguida ter a paciência de colocá-lo direito no ch
paciência de colocá-lo direito no chão, onde era de esper
que as pernas encontrassem então a função própria. Bem,
as pernas encontrassem então a função própria. Bem, à p
te o fato de todas as portas estarem fechadas à chave, deve
nção própria. Bem, à parte o fato de todas as portas est
em fechadas à chave, deveria mesmo pedir auxílio? A despei
dir auxílio? A despeito da sua infelicidade não podia deix
de sorrir ante a simples idéia de tentar. Tinha chegado t
de não podia deixar de sorrir ante a simples idéia de tent
. Tinha chegado tão longe que mal podia manter o equilíbri
uçava com força e em breve teria de encher-se de coragem p
a a decisão final, visto que daí cinco minutos seriam sete
são final, visto que daí cinco minutos seriam sete e um qu
to... Quando soou a campainha da porta. É alguém do escrit
o mesmo tempo em que as pequenas pernas sé limitavam a agit
-se ainda mais depressa. Por instantes, tudo ficou silencios
u silencioso. Não vão abrir a porta, disse Gregor, de si p
a si, agarrando-se a qualquer esperança irracional. A segui
so. Não vão abrir a porta, disse Gregor, de si para si, ag
rando-se a qualquer esperança irracional. A seguir, a criad
eguir, a criada foi à porta, como de costume, com o seu and
pesado e abriu-a. Gregor apenas precisou ouvir o primeiro b
egor apenas precisou ouvir o primeiro bom dia do visitante p
a imediatamente saber quem era: o chefe de escritório em pe
er quem era: o chefe de escritório em pessoa. Que sina, est
condenado a trabalhar numa firma em que a menor omissão da
e escritório em pessoa. Que sina, estar condenado a trabalh
numa firma em que a menor omissão dava imediatamente asa
uma manhã perdido uma hora de trabalho na firma ou coisa p
ecida, fosse tão atormentado pela consciência que perdesse
que perdesse a cabeça e ficasse realmente incapaz de levant
-se da cama? Não teria bastado mandar um aprendiz perguntar
ente incapaz de levantar-se da cama? Não teria bastado mand
um aprendiz perguntar - se era realmente necessária qualqu
ar-se da cama? Não teria bastado mandar um aprendiz pergunt
- se era realmente necessária qualquer pergunta -, teria q
que por qualquer desejo, Gregor rebolou com toda a força p
a fora da cama. Houve um baque sonoro, mas não propriamente
de modo que foi apenas um baque surdo, nem por isso muito al
mante. Simplesmente, não tinha erguido a cabeça com cuidad
isa como a que hoje lhe acontecera a ele; ninguém podia neg
que era possível. Como em brusca resposta a esta suposiç
ao lado, fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do qu
to da direita, a irmã segredava para informá-lo da situaç
couro envernizado. Do quarto da direita, a irmã segredava p
a informá-lo da situação: - Gregor, está aqui o chefe de
qui o chefe de escritório. Eu sei, murmurou Gregor, de si p
a si; mas não ousou erguer a voz o suficiente para a irmã
r, de si para si; mas não ousou erguer a voz o suficiente p
a a irmã o ouvir. - Gregor - disse então o pai, do quarto
e para a irmã o ouvir. - Gregor - disse então o pai, do qu
to à esquerda -, está aqui o chefe de escritório e quer s
Não sabemos o que dizer pra ele. Além disso, ele quer fal
contigo pessoalmente. Abre essa porta, faz-me o favor. Com
e. Abre essa porta, faz-me o favor. Com certeza não vai rep
ar na desarrumação do quarto. - Bom dia, Senhor Samsa -, s
Abre essa porta, faz-me o favor. Com certeza não vai repar
na desarrumação do quarto. - Bom dia, Senhor Samsa -, sau
a porta, faz-me o favor. Com certeza não vai reparar na des
rumação do quarto. - Bom dia, Senhor Samsa -, saudava agor
favor. Com certeza não vai reparar na desarrumação do qu
to. - Bom dia, Senhor Samsa -, saudava agora amistosamente o
través da porta -, ele não está bem, senhor, pode acredit
. Se assim não fosse, ele alguma vez ia perder um trem! O r
se ali à mesa, muito sossegado, a ler o jornal ou a consult
horários de trens. O único divertimento dele é talhar ma
ultar horários de trens. O único divertimento dele é talh
madeira. Passou duas ou três noites a cortar uma moldurazi
o dele é talhar madeira. Passou duas ou três noites a cort
uma moldurazinha de madeira; o senhor ficaria admirado se v
s noites a cortar uma moldurazinha de madeira; o senhor fic
ia admirado se visse como ela é bonita. Está pendurada no
admirado se visse como ela é bonita. Está pendurada no qu
to dele. Num instante vai vê-la, assim que o Gregor abrir a
egócios, feliz ou infelizmente, temos muitas vezes de ignor
, pura e simplesmente, qualquer ligeira indisposição, vist
e, qualquer ligeira indisposição, visto que é preciso olh
pelo negócio. - Bem, o chefe de escritório pode entrar? -
olhar pelo negócio. - Bem, o chefe de escritório pode entr
? - perguntou impacientemente o pai de Gregor, tornando a ba
uiu-se um doloroso silêncio a esta recusa, enquanto no comp
timento da direita a irmã começava a soluçar. Porque não
uanto no compartimento da direita a irmã começava a soluç
. Porque não se juntava a irmã aos outros? Provavelmente t
inha-se levantado da cama há pouco tempo e ainda nem começ
a a vestir-se. Bem, porque chorava ela? Por ele não se leva
a vestir-se. Bem, porque chorava ela? Por ele não se levant
e não abrir a porta ao chefe de escritório, por ele estar
ar e não abrir a porta ao chefe de escritório, por ele est
em perigo de perder o emprego e porque o patrão havia de c
erigo de perder o emprego e porque o patrão havia de começ
outra vez atrás dos pais para eles pagarem as velhas dívi
rque o patrão havia de começar outra vez atrás dos pais p
a eles pagarem as velhas dívidas? Eram, evidentemente, cois
o havia de começar outra vez atrás dos pais para eles pag
em as velhas dívidas? Eram, evidentemente, coisas com as qu
isas com as quais, nesse instante, ninguém tinha de preocup
-se. Gregor estava ainda em casa e nem por sombras pensava a
regor estava ainda em casa e nem por sombras pensava abandon
a família. É certo que, de momento, estava deitado no tap
nguém conhecedor da sua situação poderia seriamente esper
que abrisse a porta ao chefe de escritório. Mas, por tão
de cortesia, que poderia ser plausivelmente explicada mais t
de, Gregor não iria por certo ser despedido sem mais nem qu
gor não iria por certo ser despedido sem mais nem quê. E p
ecia-lhe que seria muito mais sensato deixarem-no em paz por
is nem quê. E parecia-lhe que seria muito mais sensato deix
em-no em paz por agora do que atormentá-lo com lágrimas e
agora do que atormentá-lo com lágrimas e súplicas. É cl
o que a incerteza e a desorientação deles desculpava aquel
is alta -, que se passa consigo? Fica aí enclausurado no qu
to, respondendo só por sins e nãos, a dar uma série de pr
nclausurado no quarto, respondendo só por sins e nãos, a d
uma série de preocupações desnecessárias aos seus pais
sárias aos seus pais e - diga-se de passagem - a negligenci
as suas obrigações profissionais de uma maneira incrível
gações profissionais de uma maneira incrível! Estou a fal
em nome dos seus pais e do seu patrão e peco-lhe muito a s
a sossegada, em quem se podia ter confiança, e de repente p
ece apostado em fazer uma cena vergonhosa. Realmente, o patr
patrão sugeriu-me esta manhã uma explicação possível p
a o seu desaparecimento - relacionada com o dinheiro dos pag
u-me esta manhã uma explicação possível para o seu desap
ecimento - relacionada com o dinheiro dos pagamentos que rec
é terrivelmente obstinado, não tenho o menor desejo de tom
a sua defesa. E a sua posição na firma não é assim tão
o inexpugnável. Vim com a intenção de dizer-lhe isto em p
ticular, mas, visto que o senhor está a tomar tão desneces
ugnável. Vim com a intenção de dizer-lhe isto em particul
, mas, visto que o senhor está a tomar tão desnecessariame
-lhe isto em particular, mas, visto que o senhor está a tom
tão desnecessariamente o meu tempo, não vejo razão para
icular, mas, visto que o senhor está a tomar tão desnecess
iamente o meu tempo, não vejo razão para que os seus pais
omar tão desnecessariamente o meu tempo, não vejo razão p
a que os seus pais não ouçam igualmente. Desde há algum t
Desde há algum tempo que o seu trabalho deixa muito a desej
; esta época do ano não é ideal para uma subida do negóc
ho deixa muito a desejar; esta época do ano não é ideal p
a uma subida do negócio, claro, admitamos isso, mas, uma é
época do ano não é ideal para uma subida do negócio, cl
o, admitamos isso, mas, uma época do ano para não fazer ne
do negócio, claro, admitamos isso, mas, uma época do ano p
a não fazer negócio absolutamente nenhum, essa não existe
osição, um ataque de tonturas, que não me permitiu levant
-me. Ainda estou na cama. Mas me sinto bem outra vez. Estou
da estou na cama. Mas me sinto bem outra vez. Estou a levant
-me agora. Dê-me só mais um minuto ou dois! Não estou, re
bem, palavra. Como uma coisa destas pode repentinamente deit
uma pessoa abaixo. Ainda ontem à noite estava perfeitament
s uma pessoa pensa sempre que uma indisposição há de pass
sem ficar em casa. Olha, senhor, poupe os meus pais! Tudo a
oa pensa sempre que uma indisposição há de passar sem fic
em casa. Olha, senhor, poupe os meus pais! Tudo aquilo por
ncomendas que mandei. De qualquer maneira, ainda posso apanh
o trem das oito; estou muito melhor depois deste descanso d
s horas. Não se prenda por mim, senhor; daqui a pouco vou p
a o escritório e hei de estar suficientemente bom para o di
m, senhor; daqui a pouco vou para o escritório e hei de est
suficientemente bom para o dizer ao patrão e apresentar-lh
vou para o escritório e hei de estar suficientemente bom p
a o dizer ao patrão e apresentar-lhe desculpas! Ao mesmo te
estar suficientemente bom para o dizer ao patrão e apresent
-lhe desculpas! Ao mesmo tempo em que tudo isto lhe saía t
endo-se dela. Tencionava, efetivamente, abrir a porta, mostr
-se realmente e falar com o chefe de escritório; estava ans
ava, efetivamente, abrir a porta, mostrar-se realmente e fal
com o chefe de escritório; estava ansioso por saber, depoi
rrorizados, a responsabilidade já não era dele e podia fic
quieto. Mas, se o aceitassem calmamente, também não teria
Mas, se o aceitassem calmamente, também não teria razão p
a preocupar-se, e podia realmente chegar à estação a temp
ceitassem calmamente, também não teria razão para preocup
-se, e podia realmente chegar à estação a tempo de apanha
não teria razão para preocupar-se, e podia realmente cheg
à estação a tempo de apanhar o trem das oito, se andasse
r-se, e podia realmente chegar à estação a tempo de apanh
o trem das oito, se andasse depressa. A princípio escorreg
ção, pôs-se de pé; embora o atormentassem, deixou de lig
importância às dores na parte inferior do corpo. Depois d
o atormentassem, deixou de ligar importância às dores na p
te inferior do corpo. Depois deixou-se cair contra as costas
deixou-se cair contra as costas de uma cadeira próxima e ag
rou-se às suas bordas com as pequenas pernas. Isto devolveu
enas pernas. Isto devolveu-lhe o controlo sobre si mesmo e p
ou de falar, porque agora podia prestar atenção ao que o c
. Isto devolveu-lhe o controlo sobre si mesmo e parou de fal
, porque agora podia prestar atenção ao que o chefe de esc
lo sobre si mesmo e parou de falar, porque agora podia prest
atenção ao que o chefe de escritório estava a dizer. - P
tava o chefe de escritório. - Com certeza não está a tent
fazer de nós parvos? - Oh, meu Deus - exclamou a mãe, lav
critório. - Com certeza não está a tentar fazer de nós p
vos? - Oh, meu Deus - exclamou a mãe, lavada em lágrimas -
irmã do outro lado. Chamavam uma pela outra através do qu
to de Gregor. - Tens de ir imediatamente chamar o médico. O
través do quarto de Gregor. - Tens de ir imediatamente cham
o médico. O Gregor está doente. Vai chamar o médico, dep
diatamente chamar o médico. O Gregor está doente. Vai cham
o médico, depressa. Ouviste como ele estava a falar? - Aqu
ai chamar o médico, depressa. Ouviste como ele estava a fal
? - Aquilo não era voz humana - disse o chefe de escritóri
idência da mãe. - Ana! Ana! - chamava o pai, através da p
ede para a cozinha, batendo as palmas -, chama imediatamente
a da mãe. - Ana! Ana! - chamava o pai, através da parede p
a a cozinha, batendo as palmas -, chama imediatamente um ser
ter-se vestido tão depressa?-, e abriam a porta da rua de p
em par. Não se ouviu o som da porta a ser fechada a seguir
vestido tão depressa?-, e abriam a porta da rua de par em p
. Não se ouviu o som da porta a ser fechada a seguir; tinha
As palavras que pronunciava já não eram inteligíveis, ap
entemente, embora a ele lhe parecessem distintas, mais disti
não eram inteligíveis, aparentemente, embora a ele lhe p
ecessem distintas, mais distintas mesmo que antes, talvez po
sido tomadas confortou-o. Sentia-se uma vez mais impelido p
a o círculo humano e confiava em grandes e notáveis result
alheiro, sem, na verdade, conseguir fazer uma distinção cl
a entre eles. No intuito de tornar a voz tão clara quanto p
r fazer uma distinção clara entre eles. No intuito de torn
a voz tão clara quanto possível para a conversa que estav
inção clara entre eles. No intuito de tornar a voz tão cl
a quanto possível para a conversa que estava agora iminente
es. No intuito de tornar a voz tão clara quanto possível p
a a conversa que estava agora iminente, tossiu um pouco, o m
nente, tossiu um pouco, o mais silenciosamente que pôde, cl
o, uma vez que também o ruído podia não soar como o da to
que pôde, claro, uma vez que também o ruído podia não so
como o da tosse humana, tanto quanto podia imaginar. Entrem
não soar como o da tosse humana, tanto quanto podia imagin
. Entrementes, na sala contígua havia completo silêncio. T
vessem sentados à mesa com o chefe de escritório, a segred
, ou talvez se encontrassem todos encostados à porta, à es
or empurrou a cadeira em direção à porta, após o que a l
gou, agarrou-se à porta para se amparar as plantas das extr
ou a cadeira em direção à porta, após o que a largou, ag
rou-se à porta para se amparar as plantas das extremidades
eção à porta, após o que a largou, agarrou-se à porta p
a se amparar as plantas das extremidades das pequenas pernas
porta, após o que a largou, agarrou-se à porta para se amp
ar as plantas das extremidades das pequenas pernas eram leve
rta, após o que a largou, agarrou-se à porta para se ampar
as plantas das extremidades das pequenas pernas eram leveme
omento, depois destes esforços. A seguir empenhou-se em rod
a chave na fechadura, utilizando a boca. Infelizmente, pare
dar a chave na fechadura, utilizando a boca. Infelizmente, p
ecia que não possuía quaisquer dentes - com que havia de s
que não possuía quaisquer dentes - com que havia de segur
a chave?-, mas, por outro lado, as mandíbulas eram indubit
a sua ajuda, conseguiu pôr a chave em movimento, sem prest
atenção ao fato de estar certamente a danificá-las em qu
r a chave em movimento, sem prestar atenção ao fato de est
certamente a danificá-las em qualquer zona, visto que lhe
oca um fluído castanho, que escorria pela chave e pingava p
a o chão. - Ouçam só - disse o chefe de escritório na sa
ta dando volta na chave . Isto foi um grande encorajamento p
a Gregor; mas todos deviam tê-lo animado com gritos de enco
bém: Não, Gregor, deviam todos ter gritado, - Continua, ag
ra-te bem a essa chave! E, na crença de que estavam todos a
-se agora só com a boca, empurrando a chave, ou puxando-a p
a baixo com todo o peso do corpo, consoante era necessário.
ente Gregor. Com um fundo suspiro de alívio, disse, de si p
a si: Afinal, não precisei do serralheiro, e encostou a cab
precisei do serralheiro, e encostou a cabeça ao puxador, p
a abrir completamente a porta. Como tinha de puxar a porta p
puxador, para abrir completamente a porta. Como tinha de pux
a porta para si, manteve-se oculto, mesmo quando a porta fi
a abrir completamente a porta. Como tinha de puxar a porta p
a si, manteve-se oculto, mesmo quando a porta ficou escancar
ara si, manteve-se oculto, mesmo quando a porta ficou escanc
ada. Teve de deslizar lentamente para contornar a portada ma
ulto, mesmo quando a porta ficou escancarada. Teve de desliz
lentamente para contornar a portada mais próxima da porta
ndo a porta ficou escancarada. Teve de deslizar lentamente p
a contornar a portada mais próxima da porta dupla, manobra
ficou escancarada. Teve de deslizar lentamente para contorn
a portada mais próxima da porta dupla, manobra que lhe exi
idado, não fosse cair em cheio de costas, mesmo ali no limi
. Estava ainda empenhado nesta operação, sem ter tempo par
ar. Estava ainda empenhado nesta operação, sem ter tempo p
a observar qualquer outra coisa, quando ouviu o chefe de esc
ainda empenhado nesta operação, sem ter tempo para observ
qualquer outra coisa, quando ouviu o chefe de escritório s
alquer outra coisa, quando ouviu o chefe de escritório solt
um agudo Oh!, que mais parecia um rugido do vento; foi ent
ouviu o chefe de escritório soltar um agudo Oh!, que mais p
ecia um rugido do vento; foi então que o viu, de pé junto
ido por qualquer súbita força invisível. A mãe, que apes
da presença do chefe de escritório tinha o cabelo ainda e
em todas as direções, começou por retorcer as mãos e olh
para o pai, após o que deu dois passos em direção a Greg
odas as direções, começou por retorcer as mãos e olhar p
a o pai, após o que deu dois passos em direção a Gregor e
, o rosto escondido no peito. O pai cerrou os punhos com um
cruel, como se quisesse obrigar Gregor a voltar para o quar
pai cerrou os punhos com um ar cruel, como se quisesse obrig
Gregor a voltar para o quarto com um murro; depois, olhou p
nhos com um ar cruel, como se quisesse obrigar Gregor a volt
para o quarto com um murro; depois, olhou perplexo em tomo
com um ar cruel, como se quisesse obrigar Gregor a voltar p
a o quarto com um murro; depois, olhou perplexo em tomo da s
ar cruel, como se quisesse obrigar Gregor a voltar para o qu
to com um murro; depois, olhou perplexo em tomo da sala de e
com um murro; depois, olhou perplexo em tomo da sala de est
, cobriu os olhos com as mãos e desatou a chorar, o peito v
sala de estar, cobriu os olhos com as mãos e desatou a chor
, o peito vigoroso sacudido por soluços. Gregor não entrou
ços. Gregor não entrou na sala, mantendo-se encostado à p
te interior da portada fechada, deixando apenas metade do co
, deixando apenas metade do corpo à vista, a cabeça a tomb
para um e outro lado, por forma a ver os demais. Entretanto
ixando apenas metade do corpo à vista, a cabeça a tombar p
a um e outro lado, por forma a ver os demais. Entretanto, a
o lado, por forma a ver os demais. Entretanto, a manhã torn
a-se mais límpida. Do outro lado da rua, divisava-se nitida
ímpida. Do outro lado da rua, divisava-se nitidamente uma p
te do edifício cinzento-escuro, interminavelmente comprido,
espalhava-se a louça do breve almoço, visto que esta era p
a o pai de Gregor a refeição mais importante, que prolonga
smo em frente de Gregor, havia uma fotografia pendurada na p
ede que o mostrava fardado de tenente, no tempo em que fizer
r, havia uma fotografia pendurada na parede que o mostrava f
dado de tenente, no tempo em que fizera o serviço militar,
fardado de tenente, no tempo em que fizera o serviço milit
, a mão na espada e um sorriso despreocupado na face, que i
e, que impunha respeito pelo uniforme e pelo seu porte milit
. A porta que dava para o vestíbulo estava aberta, vendo-se
o pelo uniforme e pelo seu porte militar. A porta que dava p
a o vestíbulo estava aberta, vendo-se também aberta a port
estava aberta, vendo-se também aberta a porta de entrada, p
a além da qual se avistava o terraço de entrada e os prime
co que mantinha uma certa compostura -, vou me vestir, embal
as amostras e sair. Desde que o senhor me dê licença que
aia. Como vê, não sou obstinado e tenho vontade de trabalh
. A profissão de caixeiro- viajante é dura, mas não posso
caixeiro- viajante é dura, mas não posso viver sem ela. P
a onde vai o senhor? Para o escritório? Sim? Não se import
ura, mas não posso viver sem ela. Para onde vai o senhor? P
a o escritório? Sim? Não se importa de contar lá exatamen
i o senhor? Para o escritório? Sim? Não se importa de cont
lá exatamente o que aconteceu? Uma pessoa pode estar tempo
e contar lá exatamente o que aconteceu? Uma pessoa pode est
temporariamente incapacitada, mas essa é a altura indicada
lá exatamente o que aconteceu? Uma pessoa pode estar tempor
iamente incapacitada, mas essa é a altura indicada para rec
emporariamente incapacitada, mas essa é a altura indicada p
a recordar os seus serviços anteriores e ter em mente que m
ente incapacitada, mas essa é a altura indicada para record
os seus serviços anteriores e ter em mente que mais tarde,
ordar os seus serviços anteriores e ter em mente que mais t
de, vencida a incapacidade, a pessoa certamente trabalhará
s tarde, vencida a incapacidade, a pessoa certamente trabalh
á com mais diligência e concentração. Tenho uma dívida
iligência e concentração. Tenho uma dívida de lealdade p
a com o patrão, como o senhor bem sabe. Além disso, tenho
o patrão, como o senhor bem sabe. Além disso, tenho de olh
pelos meus pais e pela minha irmã. Estou a passar por uma
ho de olhar pelos meus pais e pela minha irmã. Estou a pass
por uma situação difícil, mas acabarei vencendo. Não me
irmã. Estou a passar por uma situação difícil, mas acab
ei vencendo. Não me torne as coisas mais complicadas do que
um preconceito que nenhuma razão especial leva a reconsider
. Mas o senhor vê as coisas profissionais de uma maneira ma
ais compreensiva do que o resto do pessoal, isso vê, aqui p
a nós, deixe que lhe diga, mais compreensiva do que o próp
o, que, sendo o proprietário, facilmente se deixa influenci
contra qualquer dos empregados. E o senhor bem sabe que o c
r bem sabe que o caixeiro-viajante, que durante todo o ano r
amente está no escritório, é muitas vezes vítima de inju
o escritório, é muitas vezes vítima de injustiças, do az
e de queixas injustificadas, das quais normalmente nada sab
ltura sofre pessoalmente as suas funestas conseqüências; p
a elas, não consegue descobrir as causas originais. Peço-l
palavra sequer que mostre que me dá razão, pelo menos em p
te! Logo às primeiras palavras de Gregor, o chefe de escrit
s primeiras palavras de Gregor, o chefe de escritório recu
a e limitava-se a fitá-lo embasbacado, retorcendo os lábio
falava, não estivera um momento quieto, procurando, sem tir
os olhos de Gregor, esgueirar-se para a porta, centímetro
to quieto, procurando, sem tirar os olhos de Gregor, esgueir
-se para a porta, centímetro a centímetro, como se obedece
to, procurando, sem tirar os olhos de Gregor, esgueirar-se p
a a porta, centímetro a centímetro, como se obedecesse a q
a centímetro, como se obedecesse a qualquer ordem secreta p
a abandonar a sala. Estava junto ao vestíbulo, e a maneira
ro, como se obedecesse a qualquer ordem secreta para abandon
a sala. Estava junto ao vestíbulo, e a maneira súbita com
vestíbulo, e a maneira súbita como deu um último passo p
a sair da sala de estar levaria a crer que tinha posto o pé
a súbita como deu um último passo para sair da sala de est
levaria a crer que tinha posto o pé em cima duma brasa. Ch
ita como deu um último passo para sair da sala de estar lev
ia a crer que tinha posto o pé em cima duma brasa. Chegado
ma brasa. Chegado ao vestíbulo, estendeu o braço direito p
a as escadas, como se qualquer poder sobrenatural ali o agua
ra as escadas, como se qualquer poder sobrenatural ali o agu
dasse para libertá-lo. Gregor apercebeu-se de que, se quise
adas, como se qualquer poder sobrenatural ali o aguardasse p
a libertá-lo. Gregor apercebeu-se de que, se quisesse que a
ao longo dos anos, de que Gregor estava instalado na firma p
a toda a vida e, além disso, estavam tão consternados com
om as suas preocupações imediatas que nem lhes corria pens
no futuro. Gregor, porém, pensava. Era preciso deter, acal
no futuro. Gregor, porém, pensava. Era preciso deter, acalm
, persuadir e, por fim, conquistar o chefe de escritório. Q
. Era preciso deter, acalmar, persuadir e, por fim, conquist
o chefe de escritório. Quer o seu futuro, quer o da famíl
Se, ao menos, a irmã ali estivesse! Era inteligente; começ
a a chorar quando Gregor estava ainda deitado de costas na c
os, a irmã ali estivesse! Era inteligente; começara a chor
quando Gregor estava ainda deitado de costas na cama. E por
ado de costas na cama. E por certo o chefe de escritório, p
cial como era em relação às mulheres, acabaria se deixand
scritório, parcial como era em relação às mulheres, acab
ia se deixando levar por ela. Ela teria fechado a porta de e
como era em relação às mulheres, acabaria se deixando lev
por ela. Ela teria fechado a porta de entrada e, no vestíb
la teria fechado a porta de entrada e, no vestíbulo, dissip
ia o horror. Mas ela não estava e Gregor teria de enfrentar
aria o horror. Mas ela não estava e Gregor teria de enfrent
sozinho a situação. E, sem refletir que não sabia ainda
ainda de que capacidade de movimentos dispunha, sem se lembr
sequer de que havia todas as possibilidades, e até todas a
mbral da porta, deslizou pela abertura e começou a encaminh
-se para o chefe de escritório, que estava agarrado com amb
a porta, deslizou pela abertura e começou a encaminhar-se p
a o chefe de escritório, que estava agarrado com ambas as m
u a encaminhar-se para o chefe de escritório, que estava ag
rado com ambas as mãos ao corrimão da escada para o terra
estava agarrado com ambas as mãos ao corrimão da escada p
a o terraço; subitamente, ao procurar apoio, Gregor tombou,
corrimão da escada para o terraço; subitamente, ao procur
apoio, Gregor tombou, com um grito débil, por sobre as in
qualquer direção que pretendesse. Sentia-se tentado a pens
que estava ao seu alcance um alívio final para todo o sofr
entado a pensar que estava ao seu alcance um alívio final p
a todo o sofrimento. No preciso momento em que se encontrou
e se encontrou no chão, balançando-se com sofrida ânsia p
a mover-se, não longe da mãe, na realidade mesmo defronte
longe da mãe, na realidade mesmo defronte dela, esta, que p
ecia até aí completamente aniquilada, pôs-se de pé de um
de Deus, socorro! Baixou a cabeça, como se quisesse observ
melhor Gregor, mas, pelo contrário, continuou a recuar em
servar melhor Gregor, mas, pelo contrário, continuou a recu
em disparada e, esquecendo-se de que tinha atrás de, si a
hor Gregor, mas, pelo contrário, continuou a recuar em disp
ada e, esquecendo-se de que tinha atrás de, si a mesa ainda
la, como se tivesse perdido momentaneamente a razão, ao esb
rar contra o obstáculo imprevisto. Parecia igualmente indif
como se tivesse perdido momentaneamente a razão, ao esbarr
contra o obstáculo imprevisto. Parecia igualmente indifere
ente a razão, ao esbarrar contra o obstáculo imprevisto. P
ecia igualmente indiferente ao acontecimento de a cafeteira
o tapete. - Mãe, mãe - murmurou Gregor, erguendo a vista p
a ela. Nessa altura, o chefe de escritório estava já compl
a vez, afastando-se precipitadamente da mesa e atirando-se p
a os braços do pai, que se apressou a acolhê-la. Mas agora
m o queixo apoiado no corrimão, dava uma última olhadela p
a trás de si. Gregor deu um salto, para ter melhor a certez
ma última olhadela para trás de si. Gregor deu um salto, p
a ter melhor a certeza de ultrapassá-lo; o chefe de escrit
tenções, pois, de um salto, venceu vários degraus e desap
eceu, sempre aos gritos, que ressoavam pelas escadas. Infeli
pelas escadas. Infelizmente a fuga do chefe de escritório p
eceu pôr o pai de Gregor completamente fora de si, embora a
então se tivesse mantido relativamente calmo. Assim, em lug
de correr atrás do homem ou de, pelo menos, não interferi
, pelo menos, não interferir na perseguição de Gregor, ag
rou com a mão direita na bengala que o chefe de escritório
o com os pés e brandindo a bengala e o jornal, tentou forç
Gregor a regressar ao quarto. De nada valeram os rogos de G
ndindo a bengala e o jornal, tentou forçar Gregor a regress
ao quarto. De nada valeram os rogos de Gregor, que, aliás,
bengala e o jornal, tentou forçar Gregor a regressar ao qu
to. De nada valeram os rogos de Gregor, que, aliás, nem seq
com os pés no chão. Por trás do pai, a mãe tinha escanc
ado uma janela, apesar do frio, e debruçava-se a ela segura
Por trás do pai, a mãe tinha escancarado uma janela, apes
do frio, e debruçava-se a ela segurando a cabeça com as m
elo chão. Impiedosamente, o pai de Gregor obrigava-o a recu
, assobiando e gritando como um selvagem. Mas Gregor estava
do como um selvagem. Mas Gregor estava pouco habituado a and
para trás, o que se revelou um processo lento. Se tivesse
omo um selvagem. Mas Gregor estava pouco habituado a andar p
a trás, o que se revelou um processo lento. Se tivesse uma
evelou um processo lento. Se tivesse uma oportunidade de vir
sobre si mesmo, poderia alcançar imediatamente o quarto, m
se uma oportunidade de virar sobre si mesmo, poderia alcanç
imediatamente o quarto, mas receava exasperar o pai com a l
e virar sobre si mesmo, poderia alcançar imediatamente o qu
to, mas receava exasperar o pai com a lentidão de tal manob
oderia alcançar imediatamente o quarto, mas receava exasper
o pai com a lentidão de tal manobra e temia que a bengala
tava alternativa, pois verificou, aterrorizado, que, ao recu
, nem sequer conseguia controlar a direção em que se deslo
, aterrorizado, que, ao recuar, nem sequer conseguia control
a direção em que se deslocava-se, assim, sempre observand
re observando ansiosamente o pai, de soslaio, começou a vir
o mais rapidamente que pôde, o que, na realidade, era muit
as boas intenções, visto que não interferiu, a não ser p
a, de quando em quando e à distância, lhe auxiliar a manob
o ser para, de quando em quando e à distância, lhe auxili
a manobra com a ponta da bengala. Se ao menos ele parasse c
auxiliar a manobra com a ponta da bengala. Se ao menos ele p
asse com aquele insuportável assobio! Era uma coisa que est
quando o assobio o desorientou de tal modo que tornou a vir
ligeiramente na direção errada. Quando, finalmente, viu a
ada. Quando, finalmente, viu a porta em frente da cabeça, p
eceu-lhe que o corpo era demasiadamente largo para poder pas
nte da cabeça, pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente l
go para poder passar pela abertura. É claro que o pai, no e
cabeça, pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente largo p
a poder passar pela abertura. É claro que o pai, no estado
ceu-lhe que o corpo era demasiadamente largo para poder pass
pela abertura. É claro que o pai, no estado de espírito a
demasiadamente largo para poder passar pela abertura. É cl
o que o pai, no estado de espírito atual, estava bem longe
pai, no estado de espírito atual, estava bem longe de pens
em qualquer coisa que se parecesse com abrir a outra portad
atual, estava bem longe de pensar em qualquer coisa que se p
ecesse com abrir a outra portada, para dar espaço à passag
qualquer coisa que se parecesse com abrir a outra portada, p
a dar espaço à passagem de Gregor. Dominava-o a idéia fix
uer coisa que se parecesse com abrir a outra portada, para d
espaço à passagem de Gregor. Dominava-o a idéia fixa de
de Gregor. Dominava-o a idéia fixa de fazer Gregor regress
para o quarto o mais depressa possível. Não agüentaria d
Gregor. Dominava-o a idéia fixa de fazer Gregor regressar p
a o quarto o mais depressa possível. Não agüentaria de mo
Dominava-o a idéia fixa de fazer Gregor regressar para o qu
to o mais depressa possível. Não agüentaria de modo algum
ressar para o quarto o mais depressa possível. Não agüent
ia de modo algum que Gregor se entregasse aos preparativos d
agüentaria de modo algum que Gregor se entregasse aos prep
ativos de erguer o corpo e talvez deslizar através da porta
ntregasse aos preparativos de erguer o corpo e talvez desliz
através da porta. Nesta altura, o pai estava porventura a
porta. Nesta altura, o pai estava porventura a fazer mais b
ulho que nunca para obrigá-lo a avançar, como se não houv
ra, o pai estava porventura a fazer mais barulho que nunca p
a obrigá-lo a avançar, como se não houvesse obstáculo ne
tura a fazer mais barulho que nunca para obrigá-lo a avanç
, como se não houvesse obstáculo nenhum que o impedisse; f
sse obstáculo nenhum que o impedisse; fosse como fosse, o b
ulho que Gregor ouvia atrás de si não lhe soava aos ouvido
oava aos ouvidos como a voz de pai nenhum. Não sendo caso p
a brincadeiras, Gregor lançou-se, sem se preocupar com as c
do caso para brincadeiras, Gregor lançou-se, sem se preocup
com as conseqüências, pela abertura da porta. Um dos lado
nco, que cobriu a porta branca de horrorosas manchas. Não t
dou em ficar completamente preso, de tal modo que, por si s
riu a porta branca de horrorosas manchas. Não tardou em fic
completamente preso, de tal modo que, por si só, não pode
não poderia mover-se, com as pernas de um dos lados a agit
em-se tremulamente no ar e as do outro penosamente esmagadas
com as pernas de um dos lados a agitarem-se tremulamente no
e as do outro penosamente esmagadas de encontro ao soalho.
iu literalmente um alívio, e Gregor voou até ao meio do qu
to, sangrando abundantemente. Empurrada pela bengala, a port
noitecer que Gregor acordou do seu sono profundo, que mais p
ecera um desmaio. Ainda que nada o tivesse feito, de certo t
e nada o tivesse feito, de certo teria acordado pouco mais t
de por si só, visto que se sentia suficientemente descansad
ue se sentia suficientemente descansado e bem dormido, mas p
ecia-lhe ter sido despertado por um andar cauteloso e pelo f
bem dormido, mas parecia-lhe ter sido despertado por um and
cauteloso e pelo fechar da porta que dava para o vestíbulo
a-lhe ter sido despertado por um andar cauteloso e pelo fech
da porta que dava para o vestíbulo. Os postes da rua proje
ado por um andar cauteloso e pelo fechar da porta que dava p
a o vestíbulo. Os postes da rua projetavam aqui e além um
a projetavam aqui e além um reflexo pálido, no teto e na p
te superior dos móveis, mas ali em baixo, no local onde se
antenas, cuja utilidade começava pela primeira vez a apreci
, arrastou-se até à porta, para ver o que acontecera. Sent
nas, cuja utilidade começava pela primeira vez a apreciar,
rastou-se até à porta, para ver o que acontecera. Sentia t
a pela primeira vez a apreciar, arrastou-se até à porta, p
a ver o que acontecera. Sentia todo o flanco esquerdo conver
prida e incomodamente repuxada, e tinha efetivamente de coxe
sobre as duas filas de pernas. Uma delas ficara gravemente
mente de coxear sobre as duas filas de pernas. Uma delas fic
a gravemente atingida pelos acontecimentos dessa manhã - er
manhã - era quase um milagre ter sido afetada apenas uma e
rastava-se, inútil, atrás de si. Só depois de chegar à p
ma e arrastava-se, inútil, atrás de si. Só depois de cheg
à porta percebeu o que o tinha atraído para ela: o cheiro
depois de chegar à porta percebeu o que o tinha atraído p
a ela: o cheiro da comida. Com efeito, tinham lá posto uma
ua bebida preferida e fosse certamente essa a razão que lev
a a irmã a pôr-lho ali, Efetivamente, foi quase com repuls
amente, foi quase com repulsa que se afastou da tigela e se
rastou até meio do quarto. Através da fenda da porta, veri
pulsa que se afastou da tigela e se arrastou até meio do qu
to. Através da fenda da porta, verificou que tinham acendid
a porta, verificou que tinham acendido o gás na sala de est
. Embora àquela hora o pai costumasse ler o jornal em voz a
ora àquela hora o pai costumasse ler o jornal em voz alta p
a a mãe e eventualmente também para a irmã, nada se ouvia
r o jornal em voz alta para a mãe e eventualmente também p
a a irmã, nada se ouvia. Bom, talvez o pai tivesse recentem
r em voz alta, hábito esse que a irmã tantas vezes mencion
a em conversa e por carta. Mas por todo o lado reinava o mes
esse que a irmã tantas vezes mencionara em conversa e por c
ta. Mas por todo o lado reinava o mesmo silêncio, embora po
ssegada a minha família tem levado! , disse Gregor, de si p
a si. Imóvel, a fitar a escuridão, sentiu naquele momento
ia tem levado! , disse Gregor, de si para si. Imóvel, a fit
a escuridão, sentiu naquele momento um grande orgulho por
e momento um grande orgulho por ter sido capaz de proporcion
aos pais e à irmã uma tal vida numa casa tão boa. Mas qu
Gregor refugiou-se no exercício físico e começou a rastej
para um lado e para o outro, ao longo do quarto. A certa al
or refugiou-se no exercício físico e começou a rastejar p
a um lado e para o outro, ao longo do quarto. A certa altura
no exercício físico e começou a rastejar para um lado e p
a o outro, ao longo do quarto. A certa altura, durante o lon
eçou a rastejar para um lado e para o outro, ao longo do qu
to. A certa altura, durante o longo fim de tarde, viu as por
ao longo do quarto. A certa altura, durante o longo fim de t
de, viu as portas laterais abrir-se ligeiramente e ser novam
terais abrir-se ligeiramente e ser novamente fechada; mais t
de, sucedeu o mesmo com a porta do outro lado. Alguém prete
u o mesmo com a porta do outro lado. Alguém pretendera entr
e mudara de idéias. Gregor resolveu postar-se ao pé da po
o com a porta do outro lado. Alguém pretendera entrar e mud
a de idéias. Gregor resolveu postar-se ao pé da porta que
pretendera entrar e mudara de idéias. Gregor resolveu post
-se ao pé da porta que dava para a sala de estar, decidido
déias. Gregor resolveu postar-se ao pé da porta que dava p
a a sala de estar, decidido a persuadir qualquer visitante i
solveu postar-se ao pé da porta que dava para a sala de est
, decidido a persuadir qualquer visitante indeciso a entrar
tar, decidido a persuadir qualquer visitante indeciso a entr
ou, pelo menos, a descobrir quem poderia ser. Mas esperou e
portas estavam fechadas à chave, todos tinham querido entr
; agora, que ele tinha aberto uma porta e a outra fora apare
rar; agora, que ele tinha aberto uma porta e a outra fora ap
entemente aberta durante o dia, ninguém entrava e até as c
ninguém entrava e até as chaves tinham sido transferidas p
a o lado de fora das portas. Só muito tarde apagaram o gás
ido transferidas para o lado de fora das portas. Só muito t
de apagaram o gás na sala; Gregor tinha quase a certeza de
feridas para o lado de fora das portas. Só muito tarde apag
am o gás na sala; Gregor tinha quase a certeza de que os pa
mã tinham ficado acordados até então, pois ouvia-os afast
em-se, caminhando nos bicos dos pés. Não era nada prováve
até à manhã seguinte, de modo que tinha tempo de sobra p
a meditar sobre a maneira de reorganizar a sua vida. O enorm
manhã seguinte, de modo que tinha tempo de sobra para medit
sobre a maneira de reorganizar a sua vida. O enorme quarto
nha tempo de sobra para meditar sobre a maneira de reorganiz
a sua vida. O enorme quarto vazio dentro do qual era obriga
ditar sobre a maneira de reorganizar a sua vida. O enorme qu
to vazio dentro do qual era obrigado a permanecer deitado no
dorso um tanto comprimido e não lhe fosse possível levant
a cabeça, lamentando apenas que o corpo fosse largo de mai
el levantar a cabeça, lamentando apenas que o corpo fosse l
go de mais para caber totalmente debaixo do sofá. Ali passo
cabeça, lamentando apenas que o corpo fosse largo de mais p
a caber totalmente debaixo do sofá. Ali passou toda a noite
talmente debaixo do sofá. Ali passou toda a noite, grande p
te da qual mergulhado num leve torpor, do qual a fome consta
peranças, que levavam todas à mesma conclusão: devia deix
-se estar e, usando de paciência e do mais profundo respeit
, que levavam todas à mesma conclusão: devia deixar-se est
e, usando de paciência e do mais profundo respeito, auxili
e, usando de paciência e do mais profundo respeito, auxili
a família a suportar os incômodos que estava destinado a
ia e do mais profundo respeito, auxiliar a família a suport
os incômodos que estava destinado a causar-lhes nas condi
amília a suportar os incômodos que estava destinado a caus
-lhes nas condições presentes. De manhã bem cedo, Gregor
a irmã, quase totalmente vestida, abriu a porta que dava p
a o vestíbulo e espreitou para dentro do quarto. Não o viu
tida, abriu a porta que dava para o vestíbulo e espreitou p
a dentro do quarto. Não o viu imediatamente, mas, ao aperce
rta que dava para o vestíbulo e espreitou para dentro do qu
to. Não o viu imediatamente, mas, ao apercebê-lo debaixo d
, ao apercebê-lo debaixo do sofá - que diabo, tinha de est
em qualquer sítio, não havia de ter-se sumido, pois não?
fugiu precipitadamente, batendo com a porta. Mas, teria que
rependida desse comportamento, tornou a abrir a porta e entr
a um inválido ou a um estranho. Gregor estendeu a cabeça p
a fora do sofá e ficou a observá-la. Notaria a irmã que e
ndeu a cabeça para fora do sofá e ficou a observá-la. Not
ia a irmã que ele deixara o leite intacto, não por falta d
do sofá e ficou a observá-la. Notaria a irmã que ele deix
a o leite intacto, não por falta de fome, e traria qualquer
ue ele deixara o leite intacto, não por falta de fome, e tr
ia qualquer outra comida que lhe agradasse mais ao paladar?
traria qualquer outra comida que lhe agradasse mais ao palad
? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor preferiria
se de moto próprio, Gregor preferiria morrer de fome a cham
-lhe a atenção para o acontecimento, muito embora sentisse
Gregor preferiria morrer de fome a chamar-lhe a atenção p
a o acontecimento, muito embora sentisse um irreprimível de
mento, muito embora sentisse um irreprimível desejo de salt
do seu refúgio debaixo do sofá e rojar-se-lhe aos pés, p
vel desejo de saltar do seu refúgio debaixo do sofá e roj
-se-lhe aos pés, pedindo de comer. A irmã notou imediatame
ou-a. Gregor sentia uma enorme curiosidade de saber o que tr
ia ela em sua substituição, multiplicando conjecturas. Nã
ultiplicando conjecturas. Não poderia de modo algum adivinh
o que a irmã, em toda a sua bondade, fez a seguir. Para de
vinhar o que a irmã, em toda a sua bondade, fez a seguir. P
a descobrir do que gostaria ele, trouxe-lhe toda uma quantid
toda a sua bondade, fez a seguir. Para descobrir do que gost
ia ele, trouxe-lhe toda uma quantidade de alimentos, sobre u
jornal. Eram hortaliças velhas e meio podres, ossos do jant
da noite anterior, cobertos de um molho branco solidificado
tigela, dentro da qual deixou água, e que pelos vistos fic
ia reservada para seu exclusivo uso. Depois, cheia de tacto,
da qual deixou água, e que pelos vistos ficaria reservada p
a seu exclusivo uso. Depois, cheia de tacto, percebendo que
e deu mesmo volta chave, dando-lhe a entender que podia fic
completamente à vontade. Todas as pernas de Gregor se prec
pletamente à vontade. Todas as pernas de Gregor se precipit
am em direção à comida. As feridas deviam estar completam
e precipitaram em direção à comida. As feridas deviam est
completamente curadas, além de tudo, porque não sentia qu
sentia qualquer incapacidade, o que o espantou e o fez lembr
-se de que havia mais de um mês tinha feito um golpe num de
m uma faca e ainda dois dias antes lhe doía a ferida. - Est
ei agora menos sensível? Pensou, ao mesmo tempo em que suga
olho; por outro lado, a comida fresca não tinha atrativos p
a si; não podia sequer suportar-lhe o cheiro, que o obrigav
resca não tinha atrativos para si; não podia sequer suport
-lhe o cheiro, que o obrigava até a arrastar para uma certa
o podia sequer suportar-lhe o cheiro, que o obrigava até a
rastar para uma certa distância os pedaços que era capaz d
a sequer suportar-lhe o cheiro, que o obrigava até a arrast
para uma certa distância os pedaços que era capaz de come
quer suportar-lhe o cheiro, que o obrigava até a arrastar p
a uma certa distância os pedaços que era capaz de comer. T
irmã rodou lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal p
a se retirar. Isto fez com que ele se levantasse de súbito,
lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal para se retir
. Isto fez com que ele se levantasse de súbito, embora esti
se de súbito, embora estivesse quase adormecido, e precipit
-se novamente para debaixo do sofá. Foi-lhe necessária uma
bora estivesse quase adormecido, e precipitar-se novamente p
a debaixo do sofá. Foi-lhe necessária uma considerável do
Foi-lhe necessária uma considerável dose de autodomínio p
a permanecer ali debaixo, dado que a pesada refeição lhe t
i debaixo, dado que a pesada refeição lhe tinha feito inch
um tanto o corpo e estava tão comprido que mal podia respi
um tanto o corpo e estava tão comprido que mal podia respir
, Atacado de pequenos surtos de sufocação, sentia os olhos
s surtos de sufocação, sentia os olhos saírem um bocado p
a fora da cabeça ao observar a irmã, que de nada suspeitav
ia os olhos saírem um bocado para fora da cabeça ao observ
a irmã, que de nada suspeitava, varrendo não apenas os re
ra da cabeça ao observar a irmã, que de nada suspeitava, v
rendo não apenas os restos do que comera, mas também as co
restos do que comera, mas também as coisas em que não toc
a, como se não fossem de utilidade fosse para quem fosse, e
em que não tocara, como se não fossem de utilidade fosse p
a quem fosse, e metendo-as, apressadamente, com a pá, num b
m balde, que cobriu com uma tampa de madeira e retirou do qu
to. Mal a irmã virou costas, Gregor saiu de baixo do sofá,
o, pois os país faziam uma curta sesta e a irmã podia mand
a criada fazer um ou outro recado. Não que eles desejassem
ecado. Não que eles desejassem que ele morresse de fome, cl
o está, mas talvez porque não pudessem suportar saber mais
de fome, claro está, mas talvez porque não pudessem suport
saber mais sobre as suas refeições do que aquilo que sabi
oca da irmã, e talvez ainda porque a irmã os quisesse poup
a todas as preocupações, por menores que fossem, visto o
s, por menores que fossem, visto o que eles tinham de suport
ser mais do que suficiente. Uma coisa que Gregor nunca pôd
unca pôde descobrir foi que pretexto tinha sido utilizado p
a se libertarem do médico e do serralheiro na primeira manh
scobrir foi que pretexto tinha sido utilizado para se libert
em do médico e do serralheiro na primeira manhã, já que,
, como ninguém compreendia o que ele dizia, nunca lhes pass
a pela cabeça, nem sequer à irmã, que ele pudesse perceb
pudesse percebê-los; assim, sempre que a irmã ia ao seu qu
to, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar um ou outro suspi
irmã ia ao seu quarto, Gregor contentava-se em ouvi-la solt
um ou outro suspiro ou exprimir uma ou outra invocação ao
ou exprimir uma ou outra invocação aos seus santos. Mais t
de, quando se acostumou um pouco mais à situação - é cla
rde, quando se acostumou um pouco mais à situação - é cl
o que nunca poderia acostumar-se inteiramente -, fazia por v
ouco mais à situação - é claro que nunca poderia acostum
-se inteiramente -, fazia por vezes uma observação que rev
o tal podia ser interpretada. - Bom, hoje ele gostou do jant
- disse enquanto Gregor tinha consumido boa parte da comida
stou do jantar - disse enquanto Gregor tinha consumido boa p
te da comida; quando ele não comia, o que ia acontecendo co
a vez maior, dizia, quase com tristeza: - Hoje tornou a deix
tudo. Embora não pudesse manter-se diretamente a par do qu
a deixar tudo. Embora não pudesse manter-se diretamente a p
do que ia acontecendo, Gregor apanhava, muitas conversas na
contíguas e, assim que elas se tornavam audíveis, corria p
a a porta em questão, colando-se todo a ela. Durante os pri
indiretamente. Durante dois dias houve deliberações famili
es sobre o que devia fazer-se; mas o assunto era igualmente
menos, dois membros da família em casa: ninguém queria fic
lá sozinho e deixá-la sem ninguém estava inteiramente fo
riada, cujo verdadeiro conhecimento da situação não era p
a Gregor perfeitamente claro, caíra de joelhos diante da m
ecimento da situação não era para Gregor perfeitamente cl
o, caíra de joelhos diante da mãe, suplicando-lhe que a de
suplicando-lhe que a deixasse ir embora. Quando saiu, um qu
to de hora mais tarde, agradeceu de lágrimas nos olhos o fa
a deixasse ir embora. Quando saiu, um quarto de hora mais t
de, agradeceu de lágrimas nos olhos o favor de ter sido dis
lho sugerisse, prestou um solene juramento de que nunca cont
ia a ninguém o que se passara. Agora a irmã era também ob
ene juramento de que nunca contaria a ninguém o que se pass
a. Agora a irmã era também obrigada a cozinhar para ajudar
que se passara. Agora a irmã era também obrigada a cozinh
para ajudar a mãe. É certo que não era trabalho de monta
se passara. Agora a irmã era também obrigada a cozinhar p
a ajudar a mãe. É certo que não era trabalho de monta, po
ara. Agora a irmã era também obrigada a cozinhar para ajud
a mãe. É certo que não era trabalho de monta, pois pouco
tantemente um dos membros da família a insistir com outro p
a que comesse e a receber invariavelmente a resposta: Não,
mília a insistir com outro para que comesse e a receber inv
iavelmente a resposta: Não, muito obrigado, estou satisfeit
va ao pai se não queria cerveja e oferecia-se amavelmente p
a lha ir comprar; se ele não respondia, dava a entender que
o queria cerveja e oferecia-se amavelmente para lha ir compr
; se ele não respondia, dava a entender que podia pedir à
entender que podia pedir à porteira que fosse buscá-la, p
a que ele não se sentisse em dívida, mas nessa altura o pa
ra o pai retorquia com um rotundo: Não! e ficava o assunto
rumado. Logo no primeiro dia, o pai explicara a situação f
icava o assunto arrumado. Logo no primeiro dia, o pai explic
a a situação financeira e as perspectivas da família a m
mãe e a irmã. De quando em quando, erguia-se da cadeira p
a ir buscar qualquer recibo ou apontamento a um pequeno cofr
rmã. De quando em quando, erguia-se da cadeira para ir busc
qualquer recibo ou apontamento a um pequeno cofre que tinha
ou apontamento a um pequeno cofre que tinha conseguido salv
do colapso financeiro em que mergulhara cinco anos atrás.
tinha conseguido salvar do colapso financeiro em que mergulh
a cinco anos atrás. Ouviam-no abrir a complicada fechadura
is que Gregor teve desde o início do cativeiro. Sempre julg
a que o pai tinha perdido tudo, ou, pelo menos, o pai nunca
ada em contrário e é evidente que Gregor nunca lho pergunt
a diretamente. Na altura em que a ruína tinha desabado sobr
i, o único desejo de Gregor era fazer todos os possíveis p
a que a família se esquecesse com a maior rapidez de tal ca
quecesse com a maior rapidez de tal catástrofe, que mergulh
a todos no mais completo desespero. Assim, começara a traba
e mergulhara todos no mais completo desespero. Assim, começ
a a trabalhar com invulgar ardor e, quase de um dia para out
todos no mais completo desespero. Assim, começara a trabalh
com invulgar ardor e, quase de um dia para outro, passou de
completo desespero. Assim, começara a trabalhar com invulg
ardor e, quase de um dia para outro, passou de simples empr
mpleto desespero. Assim, começara a trabalhar com invulgar
dor e, quase de um dia para outro, passou de simples emprega
omeçara a trabalhar com invulgar ardor e, quase de um dia p
a outro, passou de simples empregado de escritório a caixei
viajante, com oportunidades conseguiu entre melhores de ganh
bem, êxito esse que depressa se converteu em metal sonante
época feliz, que nunca viria a ser igualada, embora mais t
de Gregor ganhasse o suficiente para sustentar inteiramente
r igualada, embora mais tarde Gregor ganhasse o suficiente p
a sustentar inteiramente a casa. Tinham-se, pura e simplesme
embora mais tarde Gregor ganhasse o suficiente para sustent
inteiramente a casa. Tinham-se, pura e simplesmente, habitu
idade, alimentando a secreta esperança de poder mandá-la p
a o Conservatório no ano seguinte, apesar das grandes despe
poder mandá-la para o Conservatório no ano seguinte, apes
das grandes despesas que isso acarretaria, às quais de qua
rio no ano seguinte, apesar das grandes despesas que isso ac
retaria, às quais de qualquer maneira haveria de fazer face
o ano seguinte, apesar das grandes despesas que isso acarret
ia, às quais de qualquer maneira haveria de fazer face, já
o sonho irrealizável; quanto aos pais, procuravam até evit
essas inocentes referências à questão. Gregor tomara a f
evitar essas inocentes referências à questão. Gregor tom
a a firme decisão de levar a idéia avante e tencionava anu
erências à questão. Gregor tomara a firme decisão de lev
a idéia avante e tencionava anunciar solenemente o acontec
firme decisão de levar a idéia avante e tencionava anunci
solenemente o acontecimento no dia de Natal. Essas eram as
o obrigava-o a interrompê-la, limitando-se então a encost
a cabeça à porta, mas imediatamente obrigado a endireitar
ar a cabeça à porta, mas imediatamente obrigado a endireit
-se de novo, pois até o leve ruído que fazia ao mexer a ca
ia ao mexer a cabeça era audível na sala ao lado e fazia p
ar todas as conversas. Que estará ele a fazer agora, pergun
ao mexer a cabeça era audível na sala ao lado e fazia par
todas as conversas. Que estará ele a fazer agora, pergunto
el na sala ao lado e fazia parar todas as conversas. Que est
á ele a fazer agora, perguntou o pai decorridos alguns inst
ntou o pai decorridos alguns instantes, virando-se decerto p
a a porta; só então ressuscitava gradualmente a conversa a
or um lado, devido ao acontecimento de há muito não se enc
regar de tais assuntos; por outro, graças à circunstância
lado, devido ao acontecimento de há muito não se encarreg
de tais assuntos; por outro, graças à circunstância de a
até aumentado ligeiramente, pois, entretanto, ninguém toc
a nos dividendos. Além disso, nem todo o dinheiro dos orden
todo o dinheiro dos ordenados mensais de Gregor - de que gu
dava para si apenas uma pequena parte - tinha sido gasto, o
dinheiro dos ordenados mensais de Gregor - de que guardava p
a si apenas uma pequena parte - tinha sido gasto, o que orig
ais de Gregor - de que guardava para si apenas uma pequena p
te - tinha sido gasto, o que originara economias que constit
si apenas uma pequena parte - tinha sido gasto, o que origin
a economias que constituíam um pequeno capital. Do outro la
e previsão. A verdade é que, com aquele dinheiro suplement
, podia ter pago uma porção maior da dívida do pai ao pat
o pai ao patrão, apressando assim o dia em que poderia deix
o emprego, mas sem dúvida o pai fizera muito melhor assim.
prego, mas sem dúvida o pai fizera muito melhor assim. Apes
de tudo, aquele capital não era de modo nenhum suficiente
de tudo, aquele capital não era de modo nenhum suficiente p
a que a família vivesse dos juros. Talvez o pudessem fazer
muito. Era, pura e simplesmente, uma quantia que urgia deix
de parte para qualquer emergência. Quanto ao dinheiro para
Era, pura e simplesmente, uma quantia que urgia deixar de p
te para qualquer emergência. Quanto ao dinheiro para fazer
pura e simplesmente, uma quantia que urgia deixar de parte p
a qualquer emergência. Quanto ao dinheiro para fazer face
xar de parte para qualquer emergência. Quanto ao dinheiro p
a fazer face às despesas normais, havia que ganhá-lo. o pa
não trabalhava havia cinco anos, pelo que não era de esper
que fizesse grande coisa. Ao longo desses cinco anos, os pr
de trabalho, ainda que mal sucedido, tinha engordado e torn
a-se um tanto lento. Quanto à velha mãe, como poderia ganh
a-se um tanto lento. Quanto à velha mãe, como poderia ganh
a vida com aquela asma, que até o simples andar agravava,
oderia ganhar a vida com aquela asma, que até o simples and
agravava, obrigando-a muitas vezes a deixar-se cair num sof
é o simples andar agravava, obrigando-a muitas vezes a deix
-se cair num sofá, a arquejar junto de uma janela aberta? E
ava, obrigando-a muitas vezes a deixar-se cair num sofá, a
quejar junto de uma janela aberta? E seria então justo enca
brigando-a muitas vezes a deixar-se cair num sofá, a arquej
junto de uma janela aberta? E seria então justo encarregar
rquejar junto de uma janela aberta? E seria então justo enc
regar do sustento da casa a irmã, ainda uma criança com os
ar junto de uma janela aberta? E seria então justo encarreg
do sustento da casa a irmã, ainda uma criança com os seus
el e se resumia a vestir-se bem, dormir bastante tempo, ajud
a cuidar da casa, ir de vez em quando a diversões modestas
esumia a vestir-se bem, dormir bastante tempo, ajudar a cuid
da casa, ir de vez em quando a diversões modestas e, sobre
ir de vez em quando a diversões modestas e, sobretudo, toc
violino? A principio, sempre que ouvia menções à necessi
principio, sempre que ouvia menções à necessidade de ganh
dinheiro, Gregor afastava-se da porta e deixava-se cair no
bro de vergonha e desespero. Muitas vezes ali se deixava est
durante toda a noite, sem dormir a esfregar-se no couro, du
i se deixava estar durante toda a noite, sem dormir a esfreg
-se no couro, durante horas a fio. Quando não, reunia a cor
nte horas a fio. Quando não, reunia a coragem necessária p
a se entregar ao violento esforço de empurrar uma cadeira d
io. Quando não, reunia a coragem necessária para se entreg
ao violento esforço de empurrar uma cadeira de braços par
necessária para se entregar ao violento esforço de empurr
uma cadeira de braços para junto da janela, trepava para o
ar ao violento esforço de empurrar uma cadeira de braços p
a junto da janela, trepava para o peitoril e, arrimando-se
urrar uma cadeira de braços para junto da janela, trepava p
a o peitoril e, arrimando-se à cadeira, encostava-se às vi
de braços para junto da janela, trepava para o peitoril e,
rimando-se à cadeira, encostava-se às vidraças, certament
por ter sempre à frente dos olhos, ficava agora bastante p
a além do seu alcance visual e, se não soubesse que vivia
da, de qualquer maneira, uma rua de cidade, bem poderia julg
que a janela dava para um terreno deserto onde o cinzento d
a, uma rua de cidade, bem poderia julgar que a janela dava p
a um terreno deserto onde o cinzento do céu e da terra se f
só precisou ver duas vezes a cadeira junto da janela: a p
tir de então, sempre que acabava de arrumar o quarto, torna
junto da janela: a partir de então, sempre que acabava de
rumar o quarto, tornava a colocar a cadeira no mesmo, sítio
o da janela: a partir de então, sempre que acabava de arrum
o quarto, tornava a colocar a cadeira no mesmo, sítio e at
nela: a partir de então, sempre que acabava de arrumar o qu
to, tornava a colocar a cadeira no mesmo, sítio e até deix
ão, sempre que acabava de arrumar o quarto, tornava a coloc
a cadeira no mesmo, sítio e até deixava as portadas inter
rtadas interiores da janela abertas. Se ao menos pudesse fal
com ela e agradecer-lhe tudo o que fazia por ele, suportari
lar com ela e agradecer-lhe tudo o que fazia por ele, suport
ia melhor os seus cuidados; mas naquelas condições, sentia
ais lucidamente da situação. Bastava a maneira de ela entr
para o angustiar. Mal penetrava no quarto, corria para a ja
lucidamente da situação. Bastava a maneira de ela entrar p
a o angustiar. Mal penetrava no quarto, corria para a janela
a situação. Bastava a maneira de ela entrar para o angusti
. Mal penetrava no quarto, corria para a janela, sem sequer
maneira de ela entrar para o angustiar. Mal penetrava no qu
to, corria para a janela, sem sequer dar-se ao trabalho de f
a entrar para o angustiar. Mal penetrava no quarto, corria p
a a janela, sem sequer dar-se ao trabalho de fechar a porta
Mal penetrava no quarto, corria para a janela, sem sequer d
-se ao trabalho de fechar a porta atrás de si, apesar do cu
corria para a janela, sem sequer dar-se ao trabalho de fech
a porta atrás de si, apesar do cuidado que costumam ter em
quer dar-se ao trabalho de fechar a porta atrás de si, apes
do cuidado que costumam ter em ocultar aos outros a visão
ta atrás de si, apesar do cuidado que costumam ter em ocult
aos outros a visão de Gregor, e, como se estivesse pontos
ros a visão de Gregor, e, como se estivesse pontos de sufoc
, abria precipitadamente a janela e ali ficava a apanhar ar
ufocar, abria precipitadamente a janela e ali ficava a apanh
ar durante um minuto, por mais frio que fizesse, respirando
car, abria precipitadamente a janela e ali ficava a apanhar
durante um minuto, por mais frio que fizesse, respirando pr
Gregor com a sua ruidosa precipitação, que o fazia refugi
-se, a tremer, debaixo do sofá, durante todo o tempo, cient
urante todo o tempo, ciente de que a irmã certamente o poup
ia a tal incômodo se lhe fosse possível permanecer na sua
amorfose de Gregor, quando já não havia por certo motivo p
a assustar-se com o seu aspecto, apareceu ligeiramente mais
e Gregor, quando já não havia por certo motivo para assust
-se com o seu aspecto, apareceu ligeiramente mais cedo do qu
avia por certo motivo para assustar-se com o seu aspecto, ap
eceu ligeiramente mais cedo do que era habitual e deu com el
eu com ele a ver à janela, imóvel, numa posição em que p
ecia um espectro. Gregor não se surpreenderia se ela não e
ela enquanto ele ali estivesse, mas ela não só evitou entr
como deu um salto para trás, diria que alarmada, e bateu c
stivesse, mas ela não só evitou entrar como deu um salto p
a trás, diria que alarmada, e bateu com a porta em retirada
só evitou entrar como deu um salto para trás, diria que al
mada, e bateu com a porta em retirada. Um estranho que obser
a porta em retirada. Um estranho que observasse a cena julg
ia com certeza que Gregor a esperava para lhe morder. É cla
servasse a cena julgaria com certeza que Gregor a esperava p
a lhe morder. É claro que imediatamente se escondeu debaixo
ria com certeza que Gregor a esperava para lhe morder. É cl
o que imediatamente se escondeu debaixo do sofá, mas ela s
deu debaixo do sofá, mas ela só voltou ao meio-dia com um
bastante mais perturbado do que era vulgar. Este acontecime
meio-dia com um ar bastante mais perturbado do que era vulg
. Este acontecimento revelou a Gregor a repulsa que o seu as
aspecto provocava ainda à irmã e o esforço que devia cust
-lhe não desatar a correr mal via a pequena porção do seu
ainda à irmã e o esforço que devia custar-lhe não desat
a correr mal via a pequena porção do seu corpo que aparec
atar a correr mal via a pequena porção do seu corpo que ap
ecia sob o sofá. Nestas condições, decidiu um dia poupá-
ras de trabalho, pôs um lençol pelas costas e dirigiu-se p
a o sofá, dispondo-o de modo a ocultar-lhe totalmente o cor
costas e dirigiu-se para o sofá, dispondo-o de modo a ocult
-lhe totalmente o corpo, mesmo que a irmã se baixasse para
ltar-lhe totalmente o corpo, mesmo que a irmã se baixasse p
a espreitar. Se ela achasse desnecessário o lençol, decert
talmente o corpo, mesmo que a irmã se baixasse para espreit
. Se ela achasse desnecessário o lençol, decerto o tiraria
itar. Se ela achasse desnecessário o lençol, decerto o tir
ia do sofá, visto ser evidente que aquela forma de ocultaç
a forma de ocultação e confinamento em nada contribuíam p
a o conforto de Gregor; neste instante, ela deixou o lençol
tava e ele teve mesmo a impressão de surpreender-lhe um olh
de gratidão, ao levantar cuidadosamente uma ponta do lenç
pressão de surpreender-lhe um olhar de gratidão, ao levant
cuidadosamente uma ponta do lençol para ver qual a reaçã
gratidão, ao levantar cuidadosamente uma ponta do lençol p
a ver qual a reação da irmã àquela nova disposição. Du
ias, os pais não conseguiram reunir a coragem necessária p
a entrarem no quarto de Gregor, que freqüentemente os ouvia
pais não conseguiram reunir a coragem necessária para entr
em no quarto de Gregor, que freqüentemente os ouvia elogiar
conseguiram reunir a coragem necessária para entrarem no qu
to de Gregor, que freqüentemente os ouvia elogiarem a ativi
arem no quarto de Gregor, que freqüentemente os ouvia elogi
em a atividade da irmã, que anteriormente costumavam repree
mã, que anteriormente costumavam repreender, por a consider
em, até certo ponto, uma lia inútil. Agora, era freqüente
é certo ponto, uma lia inútil. Agora, era freqüente esper
em ambos à porta, enquanto a irmã procedia à limpeza do q
m ambos à porta, enquanto a irmã procedia à limpeza do qu
to, perguntando-lhe logo que saía como corriam as coisas l
oisas lá dentro, o que tinha Gregor comido, como se comport
a desta vez e se porventura não melhorara um pouco. A mãe,
do, como se comportara desta vez e se porventura não melhor
a um pouco. A mãe, essa, começou relativamente cedo a pret
amente cedo a pretender visitá-lo, mas o pai e a irmã tent
am logo dissuadi-la, contrapondo argumentos que Gregor escut
mas o pai e a irmã tentaram logo dissuadi-la, contrapondo
gumentos que Gregor escutava atentamente, e que ela aceitou
r escutava atentamente, e que ela aceitou totalmente. Mais t
de, só conseguiam removê-la pela forca e, quando ela excla
eguiam removê-la pela forca e, quando ela exclamava, a chor
: Deixem-me ir ver o Gregor, o meu pobre filho! Não percebe
e talvez fosse bom que ela lá fosse, não todos os dias, cl
o, mas talvez uma vez por semana; no fim de contas, ela havi
o melhor que a irmã, que não passava de uma criança, apes
dos esforços que fazia e aos quais talvez se tivesse entre
ia infantil. O desejo que Gregor sentia de ver a mãe não t
dou em ser satisfeito. Durante o dia evitava mostrar-se à j
e não tardou em ser satisfeito. Durante o dia evitava mostr
-se à janela, por consideração para com os pais, mas os p
nte o dia evitava mostrar-se à janela, por consideração p
a com os pais, mas os poucos metros quadrados de chão de qu
oucos metros quadrados de chão de que dispunha não davam p
a grandes passeios, nem lhe seria possível passar toda a no
o davam para grandes passeios, nem lhe seria possível pass
toda a noite imóvel; por outro lado, perdia rapidamente to
ado, perdia rapidamente todo e qualquer gosto pela comida. P
a se distrair, adquirira o hábito de se arrastar ao longo d
to pela comida. Para se distrair, adquirira o hábito de se
rastar ao longo das paredes e do teto. Gostava particularmen
a comida. Para se distrair, adquirira o hábito de se arrast
ao longo das paredes e do teto. Gostava particularmente de
distrair, adquirira o hábito de se arrastar ao longo das p
edes e do teto. Gostava particularmente de manter-se suspens
ito de se arrastar ao longo das paredes e do teto. Gostava p
ticularmente de manter-se suspenso do teto, coisa muito melh
se arrastar ao longo das paredes e do teto. Gostava particul
mente de manter-se suspenso do teto, coisa muito melhor do q
de manter-se suspenso do teto, coisa muito melhor do que est
no chão: sua respiração se tornava mais livre, o corpo o
beatificamente absorvido por tal suspensão, chegava a deix
-se cair ao chão. Possuindo melhor coordenação dos movime
uma queda daquela altura tinha conseqüências. A irmã not
a imediatamente esta nova distração de Gregor, visto que e
ão de Gregor, visto que ele deixava atrás de si, ao desloc
-se, marcas da substância pegajosa das extremidades das per
regor, visto que ele deixava atrás de si, ao deslocar-se, m
cas da substância pegajosa das extremidades das pernas, e m
das extremidades das pernas, e meteu na cabeça a idéia de
ranjar-lhe a maior porção de espaço livre possível para
tremidades das pernas, e meteu na cabeça a idéia de arranj
-lhe a maior porção de espaço livre possível para os pas
e arranjar-lhe a maior porção de espaço livre possível p
a os passeios, retirando as peças de mobiliário que consti
do as peças de mobiliário que constituíssem obstáculos p
a o irmão, especialmente a cômoda e a secretária. A taref
para o irmão, especialmente a cômoda e a secretária. A t
efa era demasiado pesada para si e, se não se atrevia a ped
e a cômoda e a secretária. A tarefa era demasiado pesada p
a si e, se não se atrevia a pedir ajuda ao pai, estava fora
uma menina de dezesseis anos que havia tido a coragem de fic
após a partida da cozinheira, visto que a moça tinha pedi
e dezesseis anos que havia tido a coragem de ficar após a p
tida da cozinheira, visto que a moça tinha pedido o especia
o expressamente a chamavam. Deste modo, só lhe restava apel
para a mãe numa altura em que o pai não estivesse em casa
pressamente a chamavam. Deste modo, só lhe restava apelar p
a a mãe numa altura em que o pai não estivesse em casa. A
de ávida satisfação, que diminuíram junto à porta do qu
to de Gregor. É claro que a irmã entrou primeiro, para ver
o, que diminuíram junto à porta do quarto de Gregor. É cl
o que a irmã entrou primeiro, para verificar se estava tudo
do quarto de Gregor. É claro que a irmã entrou primeiro, p
a verificar se estava tudo em ordem antes de deixar a mãe e
e Gregor. É claro que a irmã entrou primeiro, para verific
se estava tudo em ordem antes de deixar a mãe entrar. Greg
imeiro, para verificar se estava tudo em ordem antes de deix
a mãe entrar. Gregor puxou precipitadamente o lençol para
erificar se estava tudo em ordem antes de deixar a mãe entr
. Gregor puxou precipitadamente o lençol para baixo e dobro
xar a mãe entrar. Gregor puxou precipitadamente o lençol p
a baixo e dobrou-o mais, de maneira a parecer que tinha sido
damente o lençol para baixo e dobrou-o mais, de maneira a p
ecer que tinha sido acidentalmente atirado para cima do sof
de maneira a parecer que tinha sido acidentalmente atirado p
a cima do sofá. Desta vez não deitou a cabeça de fora par
ara cima do sofá. Desta vez não deitou a cabeça de fora p
a espreitar, renunciando ao prazer de ver a mãe pela satisf
sofá. Desta vez não deitou a cabeça de fora para espreit
, renunciando ao prazer de ver a mãe pela satisfação de e
o-a pela mão. Gregor ouvia agora as duas mulheres a esforç
em-se por deslocar a pesada cômoda e a irmã a chamar a si
gor ouvia agora as duas mulheres a esforçarem-se por desloc
a pesada cômoda e a irmã a chamar a si a maior parte do t
sforçarem-se por deslocar a pesada cômoda e a irmã a cham
a si a maior parte do trabalho, sem dar ouvidos às admoest
deslocar a pesada cômoda e a irmã a chamar a si a maior p
te do trabalho, sem dar ouvidos às admoestações da mãe,
oda e a irmã a chamar a si a maior parte do trabalho, sem d
ouvidos às admoestações da mãe, receosa de que a filha
masiados. A manobra foi demorada. Passado, pelo menos, um qu
to de hora de tentativas, a mãe objetou que o melhor seria
e hora de tentativas, a mãe objetou que o melhor seria deix
a cômoda onde estava, em primeiro lugar, porque era pesada
o melhor seria deixar a cômoda onde estava, em primeiro lug
, porque era pesada de mais e nunca conseguiriam deslocá-la
locá-la antes da chegada do pai e, se ficasse no meio do qu
to, como estava, só dificultaria os movimentos de Gregor; e
i e, se ficasse no meio do quarto, como estava, só dificult
ia os movimentos de Gregor; em segundo lugar, nem sequer hav
va, só dificultaria os movimentos de Gregor; em segundo lug
, nem sequer havia a certeza de que a remoção da mobília
m serviço. Tinha a impressão do contrário; a visão das p
edes nuas deprimia-a, e era natural que sucedesse o mesmo a
verdade - disse em voz baixa, aliás pouco mais que murmur
a, durante todo o tempo, como se quisesse evitar que Gregor,
s que murmurara, durante todo o tempo, como se quisesse evit
que Gregor, cuja localização exata desconhecia, lhe recon
namos impiedosamente à sua sorte? Acho que o melhor é deix
o quarto exatamente como sempre esteve, para que ele, quand
mpiedosamente à sua sorte? Acho que o melhor é deixar o qu
to exatamente como sempre esteve, para que ele, quando volta
o melhor é deixar o quarto exatamente como sempre esteve, p
a que ele, quando voltar para nós, encontre tudo na mesma e
rto exatamente como sempre esteve, para que ele, quando volt
para nós, encontre tudo na mesma e esqueça com mais facil
exatamente como sempre esteve, para que ele, quando voltar p
a nós, encontre tudo na mesma e esqueça com mais facilidad
o teria genuinamente ansiado pela retirada da mobília do qu
to. Quereria, efetivamente, que o quarto acolhedor, tão con
2. Ilha
olveu ir atrás do homem quando ele se dirigisse ao porto a
conta do barco. Pensou ela que já bastava de uma vida a li
reluz Nesse instante sem fim Um cheiro de amor Espalhado no
a me entorpecer Quisera viesse do mar E não de você Um ra
de amor Espalhado no ar a me entorpecer Quisera viesse do m
E não de você Um raio que inunda de brilho Uma noite perd
coisas tão puras Que move uma vida Um verde profundo no olh
A me endoidecer Quisera estivesse no mar E não em você Po
rde profundo no olhar A me endoidecer Quisera estivesse no m
E não em você Porque seu coração é uma ilha A centenas
a A centenas de milhas daqui Um cheiro de amor Espalhado no
a me entorpecer Quisera viesse do mar E não de você Um ra
de amor Espalhado no ar a me entorpecer Quisera viesse do m
E não de você Um raio que inunda de brilho Uma noite perd
coisas tão puras Que move uma vida Um verde profundo no olh
A me endoidecer Quisera estivesse no mar E não em você Po
rde profundo no olhar A me endoidecer Quisera estivesse no m
E não em você Porque seu coração é uma ilha A centenas
ntenas de milhas daqui O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA. José S
amago Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me
Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um b
co. A casa do rei tinha muitas mais portas, mas aquela era a
que lhe faziam a ele), de cada vez que ouvia alguém a cham
à porta das petições fingia-se desentendido, e só quand
das petições fingia-se desentendido, e só quando o resso
contínuo da aldraba de bronze se tornava, mais do que not
ndo o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmur
, Que rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao
ue não atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário p
a ir saber o que queria o impetrante, que não havia maneira
o que queria o impetrante, que não havia maneira de se cal
. Então, o primeiro-secretário chamava o segundo-secretár
or sua vez mandava o segundo, e assim por aí fora até cheg
à mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem m
mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem mand
, entreabria a porta das petições e perguntava pela frinch
nto fizesse, de um em um, o caminho ao contrário, até cheg
ao rei. Ocupado como sempre estava com os obséquios, o rei
sposta, e já não era pequeno sinal de atenção ao bem-est
e felicidade do seu povo quando resolvia pedir um parecer f
em-estar e felicidade do seu povo quando resolvia pedir um p
ecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário, o qua
ndo-secretário, este ao terceiro, sucessivamente, até cheg
outra vez à mulher da limpeza, que despachava sim ou não
limpeza, que despachava sim ou não conforme estivesse de m
é. Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas
stivesse de maré. Contudo, no caso do homem que queria um b
co, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da
no caso do homem que queria um barco, as coisas não se pass
am bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela
u pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lug
de pedir, como era o costume de todos, um título, uma cond
ndecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero fal
ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta d
que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limi
, tapando-se com a manta por causa do frio. Entrar e sair, s
do no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio. Entr
e sair, só por cima dele. Ora, isto era um enorme problema
espera de resposta, nenhuma outra pessoa se poderia aproxim
a fim de expor as suas necessidades ou as suas ambições.
ou as suas ambições. À primeira vista, quem ficava a ganh
com este artigo do regulamento era o rei, dado que, sendo m
mbições. À primeira vista, quem ficava a ganhar com este
tigo do regulamento era o rei, dado que, sendo menos numeros
, dado que, sendo menos numerosa a gente que o vinha incomod
com lamúrias, mais tempo ele passava a ter, e mais descans
lamúrias, mais tempo ele passava a ter, e mais descanso, p
a receber, contemplar e guardar os obséquios. À segunda vi
o ele passava a ter, e mais descanso, para receber, contempl
e guardar os obséquios. À segunda vista, porém, o rei pe
assava a ter, e mais descanso, para receber, contemplar e gu
dar os obséquios. À segunda vista, porém, o rei perdia, e
ava a ter, e mais descanso, para receber, contemplar e guard
os obséquios. À segunda vista, porém, o rei perdia, e mu
o rei perdia, e muito, porque os protestos públicos, ao not
-se que a resposta estava a tardar mais do que o justo, fazi
s protestos públicos, ao notar-se que a resposta estava a t
dar mais do que o justo, faziam aumentar gravemente o descon
rotestos públicos, ao notar-se que a resposta estava a tard
mais do que o justo, faziam aumentar gravemente o desconten
resposta estava a tardar mais do que o justo, faziam aument
gravemente o descontentamento social, o que, por seu turno,
onsequências no afluxo de obséquios. No caso que estamos n
rando, o resultado da ponderação entre os benefícios e os
de três dias, e em real pessoa, à porta das petições, p
a saber o que queria o intrometido que se havia negado a enc
er o que queria o intrometido que se havia negado a encaminh
o requerimento pelas competentes vias burocráticas. Abre a
um instante, na verdade não gostava muito de se expor aos
es da rua, mas depois reflexionou que pareceria mal, além d
to de se expor aos ares da rua, mas depois reflexionou que p
eceria mal, além de ser indigno da sua majestade, falar com
ue pareceria mal, além de ser indigno da sua majestade, fal
com um súdito através de uma nesga, como se tivesse medo
limpeza, que logo iria dizer por aí sabe Deus o quê, De p
em par, ordenou. O homem que queria um barco levantou-se do
a, que logo iria dizer por aí sabe Deus o quê, De par em p
, ordenou. O homem que queria um barco levantou-se do degrau
Deus o quê, De par em par, ordenou. O homem que queria um b
co levantou-se do degrau da porta quando começou a ouvir co
lmente alguém vinha atender, e que portanto a praça não t
daria a ficar desocupada, fizeram aproximar-se da porta uns
nte alguém vinha atender, e que portanto a praça não tard
ia a ficar desocupada, fizeram aproximar-se da porta uns qua
m vinha atender, e que portanto a praça não tardaria a fic
desocupada, fizeram aproximar-se da porta uns quantos aspir
o a praça não tardaria a ficar desocupada, fizeram aproxim
-se da porta uns quantos aspirantes à liberalidade do trono
liberalidade do trono que por ali andavam, prontos a assalt
o lugar mal ele vagasse. O inopinado aparecimento do rei (n
idade do trono que por ali andavam, prontos a assaltar o lug
mal ele vagasse. O inopinado aparecimento do rei (nunca uma
, prontos a assaltar o lugar mal ele vagasse. O inopinado ap
ecimento do rei (nunca uma tal coisa havia sucedido desde qu
à vizinhança que, atraída pelo repentino alvoroço, assom
a às janelas das casas, no outro lado da rua. A única pess
reendeu por aí além foi o homem que tinha vindo pedir um b
co. Calculara ele, e acertara na previsão, que o rei, mesmo
aí além foi o homem que tinha vindo pedir um barco. Calcul
a ele, e acertara na previsão, que o rei, mesmo que demoras
homem que tinha vindo pedir um barco. Calculara ele, e acert
a na previsão, que o rei, mesmo que demorasse três dias, h
emorasse três dias, haveria de sentir-se curioso de ver a c
a de quem, sem mais nem menos, com notável atrevimento, o m
e quem, sem mais nem menos, com notável atrevimento, o mand
a chamar. Repartido pois entre a curiosidade que não pudera
sem mais nem menos, com notável atrevimento, o mandara cham
. Repartido pois entre a curiosidade que não pudera reprimi
s nem menos, com notável atrevimento, o mandara chamar. Rep
tido pois entre a curiosidade que não pudera reprimir e o d
eres, Por que foi que não disseste logo o que querias, Pens
ás tu que eu não tenho mais nada que fazer, mas o homem s
mas o homem só respondeu à primeira pergunta, Dá-me um b
co, disse. O assombro deixou o rei a tal ponto desconcertado
to desconcertado, que a mulher da limpeza se apressou a cheg
-lhe uma cadeira de palhinha, a mesma em que ela própria se
a em que ela própria se sentava quando precisava de trabalh
de linha e agulha, pois, além da limpeza, tinha também à
alguns, trabalhos menores de costura no palácio como passaj
as peúgas dos pajens. Mal sentado, porque a cadeira de pal
inha era muito mais baixa que o trono, o rei estava a procur
a melhor maneira de acomodar as pernas, ora encolhendo-as o
o trono, o rei estava a procurar a melhor maneira de acomod
as pernas, ora encolhendo-as ora estendendo-as para os lado
de acomodar as pernas, ora encolhendo-as ora estendendo-as p
a os lados, enquanto o homem que queria um barco esperava co
stendendo-as para os lados, enquanto o homem que queria um b
co esperava com paciência a pergunta que se seguiria, E tu
o esperava com paciência a pergunta que se seguiria, E tu p
a que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de fac
ência a pergunta que se seguiria, E tu para que queres um b
co, pode-se saber, foi o que o rei de facto perguntou quando
com sofrível comodidade, na cadeira da mulher da limpeza, P
a ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que
spondeu o homem, Que ilha desconhecida, perguntou o rei disf
çando o riso, como se tivesse na sua frente um louco varrid
isfarçando o riso, como se tivesse na sua frente um louco v
rido, dos que têm a mania das navegações, a quem não ser
e têm a mania das navegações, a quem não seria bom contr
iar logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, D
êm a mania das navegações, a quem não seria bom contrari
logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, Disp
logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, Disp
ate, já não há ilhas desconhecidas, Quem foi que te disse
dizer, então não seria desconhecida, A quem ouviste tu fal
dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse
ível que não exista uma ilha desconhecida, E vieste aqui p
a me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco,
ta uma ilha desconhecida, E vieste aqui para me pedires um b
co, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, par
ida, E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui p
a pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu
i para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um b
co, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, para q
arco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, p
a que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o
m barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, p
a que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do re
em és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os b
cos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a
em eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre naveg
, Às minhas ordens, com os meus pilotos e os meus marinheir
navegar, Às minhas ordens, com os meus pilotos e os meus m
inheiros, Não te peço marinheiros nem piloto, só te peço
, com os meus pilotos e os meus marinheiros, Não te peço m
inheiros nem piloto, só te peço um barco, E essa ilha desc
ros, Não te peço marinheiros nem piloto, só te peço um b
co, E essa ilha desconhecida, se a encontrares, será para m
ó te peço um barco, E essa ilha desconhecida, se a encontr
es, será para mim, A ti, rei, só te interessam as ilhas co
m barco, E essa ilha desconhecida, se a encontrares, será p
a mim, A ti, rei, só te interessam as ilhas conhecidas, Tam
, Talvez esta não se deixe conhecer, Então não te dou o b
co, Darás. Ao ouvirem esta palavra, pronunciada com tranqui
z esta não se deixe conhecer, Então não te dou o barco, D
ás. Ao ouvirem esta palavra, pronunciada com tranquila firm
cípio da conversa, a impaciência vinha crescendo, e mais p
a se verem livres dele do que por simpatia solidária, resol
idária, resolveram intervir a favor do homem que queria o b
co, começando a gritar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. O
ervir a favor do homem que queria o barco, começando a grit
, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. O rei abriu a boca para
o homem que queria o barco, começando a gritar, Dá-lhe o b
co, dá-lhe o barco. O rei abriu a boca para dizer à mulher
a o barco, começando a gritar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o b
co. O rei abriu a boca para dizer à mulher da limpeza que c
itar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. O rei abriu a boca p
a dizer à mulher da limpeza que chamasse a guarda do palác
riu a boca para dizer à mulher da limpeza que chamasse a gu
da do palácio a vir restabelecer imediatamente a ordem púb
s, nesse momento, as vizinhas que assistiam das janelas junt
am-se ao coro com entusiasmo, gritando como os outros, Dá-l
ao coro com entusiasmo, gritando como os outros, Dá-lhe o b
co, dá-lhe o barco. Perante uma tão iniludível manifesta
iasmo, gritando como os outros, Dá-lhe o barco, dá-lhe o b
co. Perante uma tão iniludível manifestação da vontade p
Perante uma tão iniludível manifestação da vontade popul
e preocupado com o que, neste meio tempo, já haveria perdi
rei levantou a mão direita a impor silêncio e disse, Vou d
-te um barco, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, o
ou a mão direita a impor silêncio e disse, Vou dar-te um b
co, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os meus mar
e disse, Vou dar-te um barco, mas a tripulação terás de
ranjá-la tu, os meus marinheiros são-me precisos para as i
arco, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os meus m
inheiros são-me precisos para as ilhas conhecidas. Os grito
s de arranjá-la tu, os meus marinheiros são-me precisos p
a as ilhas conhecidas. Os gritos de aplauso do público não
ilhas conhecidas. Os gritos de aplauso do público não deix
am que se percebesse o agradecimento do homem que viera pedi
se percebesse o agradecimento do homem que viera pedir um b
co, aliás o movimento dos lábios tanto teria podido ser Ob
tanto teria podido ser Obrigado, meu senhor, como Eu cá me
ranjarei, mas o que distintamente se ouviu foi o dito seguin
teria podido ser Obrigado, meu senhor, como Eu cá me arranj
ei, mas o que distintamente se ouviu foi o dito seguinte do
o do porto, dizes-lhe que te mandei eu, e ele que te dê o b
co, levas o meu cartão. O homem que ia receber um barco leu
he que te mandei eu, e ele que te dê o barco, levas o meu c
tão. O homem que ia receber um barco leu o cartão de visit
ê o barco, levas o meu cartão. O homem que ia receber um b
co leu o cartão de visita, onde dizia Rei por baixo do nome
levas o meu cartão. O homem que ia receber um barco leu o c
tão de visita, onde dizia Rei por baixo do nome do rei, e e
sobre o ombro da mulher da limpeza, Entrega ao portador um b
co, não precisa ser grande, mas que navegue bem e seja segu
rei se tinha retirado, só estava a mulher da limpeza a olh
para ele com cara de caso. O homem desceu do degrau da port
se tinha retirado, só estava a mulher da limpeza a olhar p
a ele com cara de caso. O homem desceu do degrau da porta, s
irado, só estava a mulher da limpeza a olhar para ele com c
a de caso. O homem desceu do degrau da porta, sinal de que o
porta, sinal de que os outros candidatos podiam enfim avanç
, nem valeria a pena explicar que a confusão foi indescrit
candidatos podiam enfim avançar, nem valeria a pena explic
que a confusão foi indescritível, todos a quererem chegar
ar que a confusão foi indescritível, todos a quererem cheg
ao sítio em primeiro lugar, mas com tão má sorte que a p
critível, todos a quererem chegar ao sítio em primeiro lug
, mas com tão má sorte que a porta já estava fechada outr
estava fechada outra vez. A aldraba de bronze tornou a cham
a mulher da limpeza, mas a mulher da limpeza não está, de
alde e a vassoura por outra porta, a das decisões, que é r
o ser usada, mas quando o é, é. Agora sim, agora pode-se c
é, é. Agora sim, agora pode-se compreender o porquê da c
a de caso com que a mulher da limpeza havia estado a olhar,
cara de caso com que a mulher da limpeza havia estado a olh
, foi esse o preciso momento em que ela resolveu ir atrás d
eu ir atrás do homem quando ele se dirigisse ao porto a tom
conta do barco. Pensou ela que já bastava de uma vida a li
do homem quando ele se dirigisse ao porto a tomar conta do b
co. Pensou ela que já bastava de uma vida a limpar e a lava
onta do barco. Pensou ela que já bastava de uma vida a limp
e a lavar palácios, que tinha chegado a hora de mudar de o
rco. Pensou ela que já bastava de uma vida a limpar e a lav
palácios, que tinha chegado a hora de mudar de ofício, qu
limpar e a lavar palácios, que tinha chegado a hora de mud
de ofício, que lavar e limpar barcos é que era a sua voca
cios, que tinha chegado a hora de mudar de ofício, que lav
e limpar barcos é que era a sua vocação verdadeira, no m
e tinha chegado a hora de mudar de ofício, que lavar e limp
barcos é que era a sua vocação verdadeira, no mar, ao me
nha chegado a hora de mudar de ofício, que lavar e limpar b
cos é que era a sua vocação verdadeira, no mar, ao menos,
e limpar barcos é que era a sua vocação verdadeira, no m
, ao menos, a água nunca lhe faltaria. O homem nem sonha qu
cação verdadeira, no mar, ao menos, a água nunca lhe falt
ia. O homem nem sonha que, não tendo ainda sequer começado
em nem sonha que, não tendo ainda sequer começado a recrut
os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada
recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura enc
regada das baldeações e outros asseios, também é deste m
asseios, também é deste modo que o destino costuma comport
-se connosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a
nosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão p
a tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-s
já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão para toc
-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-se, não
u a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmur
, Acabou-se, não há mais que ver, é tudo igual. Andando,
lo capitão, e enquanto ele não chegava deitou-se a adivinh
qual seria, de quantos barcos ali estavam, o que iria ser o
não chegava deitou-se a adivinhar qual seria, de quantos b
cos ali estavam, o que iria ser o seu, grande já se sabia q
vam, o que iria ser o seu, grande já se sabia que não, o c
tão de visita do rei era muito claro neste ponto, por conse
se sabia que não, o cartão de visita do rei era muito cl
o neste ponto, por conseguinte ficavam de fora os paquetes,
ste ponto, por conseguinte ficavam de fora os paquetes, os c
gueiros e os navios de guerra, tão-pouco poderia ser ele t
o que resistisse mal às forças do vento e aos rigores do m
, o rei também havia sido categórico neste ponto, Que nave
s, conforme a condição de cada qual, não tinham nascido p
a sulcar os oceanos, que é onde se encontram as ilhas desco
rme a condição de cada qual, não tinham nascido para sulc
os oceanos, que é onde se encontram as ilhas desconhecidas
de uns bidões, a mulher da limpeza correu os olhos pelos b
cos atracados, Para o meu gosto, aquele, pensou, porém a su
mulher da limpeza correu os olhos pelos barcos atracados, P
a o meu gosto, aquele, pensou, porém a sua opinião não co
es o que dirá o capitão do porto. O capitão veio, leu o c
tão, mirou o homem de alto a baixo, e fez a pergunta que o
pergunta que o rei se tinha esquecido de fazer, Sabes naveg
, tens carta de navegação, ao que o homem respondeu, Apren
que o rei se tinha esquecido de fazer, Sabes navegar, tens c
ta de navegação, ao que o homem respondeu, Aprenderei no m
ta de navegação, ao que o homem respondeu, Aprenderei no m
. O capitão disse, Não to aconselharia, capitão sou eu, e
ondeu, Aprenderei no mar. O capitão disse, Não to aconselh
ia, capitão sou eu, e não me atrevo com qualquer barco, D
onselharia, capitão sou eu, e não me atrevo com qualquer b
co, Dá-me então um com que possa atrever-me eu, não, um d
possa atrever-me eu, não, um desses não, dá-me antes um b
co que eu respeite e que possa respeitar-me a mim, Essa ling
o, dá-me antes um barco que eu respeite e que possa respeit
-me a mim, Essa linguagem é de marinheiro, mas tu não és
peite e que possa respeitar-me a mim, Essa linguagem é de m
inheiro, mas tu não és marinheiro, Se tenho a linguagem,
me a mim, Essa linguagem é de marinheiro, mas tu não és m
inheiro, Se tenho a linguagem, é como se o fosse. O capitã
a linguagem, é como se o fosse. O capitão tornou a ler o c
tão do rei, depois perguntou, Poderás dizer-me para que qu
ler o cartão do rei, depois perguntou, Poderás dizer-me p
a que queres o barco, Para ir à procura da ilha desconhecid
rei, depois perguntou, Poderás dizer-me para que queres o b
co, Para ir à procura da ilha desconhecida, Já não há il
pois perguntou, Poderás dizer-me para que queres o barco, P
a ir à procura da ilha desconhecida, Já não há ilhas des
has, aprendeu-o comigo, É estranho que tu, sendo homem do m
, me digas isso, que já não há ilhas desconhecidas, homem
mesmo as conhecidas, são desconhecidas enquanto não desemb
carmos nelas, Mas tu, se bem entendi, vais à procura de uma
mo as conhecidas, são desconhecidas enquanto não desembarc
mos nelas, Mas tu, se bem entendi, vais à procura de uma on
ndi, vais à procura de uma onde nunca ninguém tenha desemb
cado, Sabê-lo-ei quando lá chegar, Se chegares, Sim, às v
nca ninguém tenha desembarcado, Sabê-lo-ei quando lá cheg
, Se chegares, Sim, às vezes naufraga-se pelo caminho, mas,
m tenha desembarcado, Sabê-lo-ei quando lá chegar, Se cheg
es, Sim, às vezes naufraga-se pelo caminho, mas, se tal me
to que o ponto a que cheguei foi esse, Queres dizer que cheg
, sempre se chega, Não serias quem és se não o soubesses
s se não o soubesses já. O capitão do porto disse, Vou d
-te a embarcação que te convém, Qual é ela, É um barco
o soubesses já. O capitão do porto disse, Vou dar-te a emb
cação que te convém, Qual é ela, É um barco com muita e
u dar-te a embarcação que te convém, Qual é ela, É um b
co com muita experiência, ainda do tempo em que toda a gent
umas, Qual, Aquele. Assim que a mulher da limpeza percebeu p
a onde o capitão apontava, saiu a correr de detrás dos bid
a, saiu a correr de detrás dos bidões e gritou, É o meu b
co, é o meu barco, há que perdoar-lhe a insólita reivindi
de detrás dos bidões e gritou, É o meu barco, é o meu b
co, há que perdoar-lhe a insólita reivindicação de propr
ões e gritou, É o meu barco, é o meu barco, há que perdo
-lhe a insólita reivindicação de propriedade, a todos os
indicação de propriedade, a todos os títulos abusiva, o b
co era aquele de que ela tinha gostado, simplesmente. Parece
o barco era aquele de que ela tinha gostado, simplesmente. P
ece uma caravela, disse o homem, Mais ou menos, concordou o
aquele de que ela tinha gostado, simplesmente. Parece uma c
avela, disse o homem, Mais ou menos, concordou o capitão, n
Mais ou menos, concordou o capitão, no princípio era uma c
avela, depois passou por arranjos e adaptações que a modif
capitão, no princípio era uma caravela, depois passou por
ranjos e adaptações que a modificaram um bocado, Mas conti
ela, depois passou por arranjos e adaptações que a modific
am um bocado, Mas continua a ser uma caravela, Sim, no conju
ções que a modificaram um bocado, Mas continua a ser uma c
avela, Sim, no conjunto conserva o antigo ar, E tem mastros
inua a ser uma caravela, Sim, no conjunto conserva o antigo
, E tem mastros e velas, Quando se vai procurar ilhas descon
rva o antigo ar, E tem mastros e velas, Quando se vai procur
ilhas desconhecidas, é o mais recomendável. A mulher da l
o mais recomendável. A mulher da limpeza não se conteve, P
a mim não quero outro, Quem és tu, perguntou o homem, Não
ia outra, E por que não estás tu no palácio do rei a limp
e a abrir portas, Porque as portas que eu realmente queria
queria já foram abertas e porque de hoje em diante só limp
ei barcos, Então estás decidida a ir comigo procurar a ilh
já foram abertas e porque de hoje em diante só limparei b
cos, Então estás decidida a ir comigo procurar a ilha desc
limparei barcos, Então estás decidida a ir comigo procur
a ilha desconhecida, Saí do palácio pela porta das decis
aí do palácio pela porta das decisões, Sendo assim, vai p
a a caravela, vê como está aquilo, depois do tempo que pas
palácio pela porta das decisões, Sendo assim, vai para a c
avela, vê como está aquilo, depois do tempo que passou dev
ê como está aquilo, depois do tempo que passou deve precis
de uma boa lavagem, e tem cuidado com as gaivotas, que não
lavagem, e tem cuidado com as gaivotas, que não são de fi
, Não queres vir comigo conhecer o teu barco por dentro, Tu
e não são de fiar, Não queres vir comigo conhecer o teu b
co por dentro, Tu disseste que era teu, Desculpa, foi só po
este que era teu, Desculpa, foi só porque gostei dele, Gost
é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pi
a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gost
. O capitão do porto interrompeu a conversa, Tenho de entre
O capitão do porto interrompeu a conversa, Tenho de entreg
as chaves ao dono do barco, a um ou a outro, resolvam-se, a
rrompeu a conversa, Tenho de entregar as chaves ao dono do b
co, a um ou a outro, resolvam-se, a mim tanto se me dá, Os
o, a um ou a outro, resolvam-se, a mim tanto se me dá, Os b
cos têm chave, perguntou o homem, Para entrar, não, mas l
tanto se me dá, Os barcos têm chave, perguntou o homem, P
a entrar, não, mas lá estão as arrecadações e os paiói
e me dá, Os barcos têm chave, perguntou o homem, Para entr
, não, mas lá estão as arrecadações e os paióis, e a e
ve, perguntou o homem, Para entrar, não, mas lá estão as
recadações e os paióis, e a escrivaninha do comandante co
vaninha do comandante com o diário de bordo, Ela que se enc
regue de tudo, eu vou recrutar a tripulação, disse o homem
ário de bordo, Ela que se encarregue de tudo, eu vou recrut
a tripulação, disse o homem, e afastou-se. A mulher da li
tou-se. A mulher da limpeza foi ao escritório do capitão p
a recolher as chaves, depois entrou no barco, duas coisas lh
rio do capitão para recolher as chaves, depois entrou no b
co, duas coisas lhe valeram aí, a vassoura do palácio e a
ão contra as gaivotas, ainda não tinha acabado de atravess
a prancha que ligava a amurada ao cais e já as malvadas es
igava a amurada ao cais e já as malvadas estavam a precipit
-se sobre ela aos guinchos, furiosas, de goela aberta, como
riosas, de goela aberta, como se ali mesmo a quisessem devor
. Não sabiam com quem se metiam. A mulher da limpeza pousou
ura como se fosse um espadão dos tempos antigos, fez deband
o bando assassino. Foi só quando entrou no barco que compr
, fez debandar o bando assassino. Foi só quando entrou no b
co que compreendeu a ira das gaivotas, havia ninhos por toda
ue compreendeu a ira das gaivotas, havia ninhos por toda a p
te, muitos deles abandonados, outros ainda com ovos, e uns p
o aberto, à espera da comida, Pois sim, mas o melhor é mud
em-se daqui, um barco que vai procurar a ilha desconhecida n
da comida, Pois sim, mas o melhor é mudarem-se daqui, um b
co que vai procurar a ilha desconhecida não pode ter este a
m, mas o melhor é mudarem-se daqui, um barco que vai procur
a ilha desconhecida não pode ter este aspecto, como se fos
r este aspecto, como se fosse um galinheiro, disse. Atirou p
a a água os ninhos vazios, quanto aos outros deixou-os fica
ra a água os ninhos vazios, quanto aos outros deixou-os fic
, até ver. Depois arregaçou as mangas e pôs-se a lavar a
vazios, quanto aos outros deixou-os ficar, até ver. Depois
regaçou as mangas e pôs-se a lavar a coberta. Quando acabo
ficar, até ver. Depois arregaçou as mangas e pôs-se a lav
a coberta. Quando acabou a dura tarefa, foi abrir o paiol d
s mangas e pôs-se a lavar a coberta. Quando acabou a dura t
efa, foi abrir o paiol das velas e procedeu a um exame minuc
do estado das costuras, depois de tanto tempo sem irem ao m
e sem terem de suportar os esticões saudáveis do vento. A
depois de tanto tempo sem irem ao mar e sem terem de suport
os esticões saudáveis do vento. As velas são os músculo
ticões saudáveis do vento. As velas são os músculos do b
co, basta ver como incham quando se esforçam, mas, e isso m
so mesmo sucede aos músculos, se não se lhes dá uso regul
mente, abrandam, amolecem, perdem nervo, E as costuras são
rvos das velas, pensou a mulher da limpeza, contente por est
a aprender tão depressa a arte de marinharia. Achou esgar
r da limpeza, contente por estar a aprender tão depressa a
te de marinharia. Achou esgarçadas algumas bainhas, mas con
eza, contente por estar a aprender tão depressa a arte de m
inharia. Achou esgarçadas algumas bainhas, mas contentou-se
contente por estar a aprender tão depressa a arte de marinh
ia. Achou esgarçadas algumas bainhas, mas contentou-se com
tar a aprender tão depressa a arte de marinharia. Achou esg
çadas algumas bainhas, mas contentou-se com assinalá-las,
s bainhas, mas contentou-se com assinalá-las, uma vez que p
a este trabalho não podiam servir a linha e a agulha com qu
salvo uns pozinhos negros no fundo, que primeiro mais lhe p
eceram caganitas de rato, não lhe importou nada, de facto n
onde a sabedoria duma mulher da limpeza é capaz de alcanç
, que ir em busca duma ilha desconhecida tenha de ser forço
adio do palácio, mas por causa do homem a quem deram este b
co, não tarda que o sol se ponha, e ele a aparecer-me aí a
cio, mas por causa do homem a quem deram este barco, não t
da que o sol se ponha, e ele a aparecer-me aí a clamar que
deram este barco, não tarda que o sol se ponha, e ele a ap
ecer-me aí a clamar que tem fome, que é o dito de todos os
ão tarda que o sol se ponha, e ele a aparecer-me aí a clam
que tem fome, que é o dito de todos os homens mal entram e
mago e sofressem da necessidade de o encher, E se já traz m
inheiros para a tripulação, que são uns ogres a comer, en
ssem da necessidade de o encher, E se já traz marinheiros p
a a tripulação, que são uns ogres a comer, então é que
ogres a comer, então é que não sei como nos iremos govern
, disse a mulher da limpeza. Não valia a pena ter-se preocu
acabado de sumir-se no oceano quando o homem que tinha um b
co surgiu no extremo do cais. Trazia um embrulho na mão, po
oi esperá-lo à prancha, mas antes que ela abrisse a boca p
a se inteirar de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele
à prancha, mas antes que ela abrisse a boca para se inteir
de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele disse, Está
sto do dia, ele disse, Está descansada, trago aqui comida p
a os dois, E os marinheiros, perguntou ela, Não veio nenhum
se, Está descansada, trago aqui comida para os dois, E os m
inheiros, perguntou ela, Não veio nenhum, como podes ver, M
Mas deixaste-os apalavrados, ao menos, tornou ela a pergunt
, Disseram-me que já não há ilhas desconhecidas, e que, m
onhecidas, e que, mesmo que as houvesse, não iriam eles tir
-se do sossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de ca
as houvesse, não iriam eles tirar-se do sossego dos seus l
es e da boa vida dos barcos de carreira para se meterem em a
eles tirar-se do sossego dos seus lares e da boa vida dos b
cos de carreira para se meterem em aventuras oceânicas, à
r-se do sossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de c
reira para se meterem em aventuras oceânicas, à procura de
ossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de carreira p
a se meterem em aventuras oceânicas, à procura de um impos
de um impossível, como se ainda estivéssemos no tempo do m
tenebroso, E tu, que lhes respondeste, Que o mar é sempre
tempo do mar tenebroso, E tu, que lhes respondeste, Que o m
é sempre tenebroso, E não lhes falaste da ilha desconheci
, E não lhes falaste da ilha desconhecida, Como poderia fal
-lhes eu duma ilha desconhecida, se não a conheço, Mas ten
certeza de que ela existe, Tanta como a de ser tenebroso o m
, Neste momento, visto daqui, com aquela água cor de jade e
ontro nada, É uma ilusão tua, também as ilhas às vezes p
ece que flutuam sobre as águas, e não é verdade, Que pens
r, se te falta a tripulação, Ainda não sei, Podíamos fic
a viver aqui, eu oferecia-me para lavar os barcos que vêm
nda não sei, Podíamos ficar a viver aqui, eu oferecia-me p
a lavar os barcos que vêm à doca, e tu, E eu, Tens com cer
o sei, Podíamos ficar a viver aqui, eu oferecia-me para lav
os barcos que vêm à doca, e tu, E eu, Tens com certeza um
Podíamos ficar a viver aqui, eu oferecia-me para lavar os b
cos que vêm à doca, e tu, E eu, Tens com certeza um mester
se diz, Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontr
a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela es
s, O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sent
-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens,
tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passaj
as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar,
er-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe p
a filosofar, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aq
jar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosof
, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo não e
mportância, tu que achas, Que é necessário sair da ilha p
a ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós
a mesma coisa. O incêndio do céu ia esmorecendo, a água
roxeou-se de repente, agora nem a mulher da limpeza duvidari
arroxeou-se de repente, agora nem a mulher da limpeza duvid
ia de que o mar é mesmo tenebroso, pelo menos a certas hora
repente, agora nem a mulher da limpeza duvidaria de que o m
é mesmo tenebroso, pelo menos a certas horas. Disse o home
enos a certas horas. Disse o homem, Deixemos as filosofias p
a o filósofo do rei, que para isso é que lhe pagam, agora
homem, Deixemos as filosofias para o filósofo do rei, que p
a isso é que lhe pagam, agora vamos nós comer, mas a mulhe
mulher não esteve de acordo, Primeiro, tens de ver o teu b
co, só o conheces por fora, Que tal o encontraste, Há algu
contraste, Há algumas bainhas das velas que estão a precis
de reforço, Desceste ao porão, encontraste água aberta,
No fundo vê-se alguma, de mistura com o lastro, mas isso p
ece que é próprio, faz bem ao barco, Como foi que aprendes
com o lastro, mas isso parece que é próprio, faz bem ao b
co, Como foi que aprendeste essas coisas, Assim, Assim como,
quando disseste ao capitão do porto que aprenderias a naveg
no mar, Ainda não estamos no mar, Mas já estamos na água
disseste ao capitão do porto que aprenderias a navegar no m
, Ainda não estamos no mar, Mas já estamos na água, Sempr
to que aprenderias a navegar no mar, Ainda não estamos no m
, Mas já estamos na água, Sempre tive a idéia de que para
mar, Mas já estamos na água, Sempre tive a idéia de que p
a a navegação só há dois mestres verdadeiros, um que é
navegação só há dois mestres verdadeiros, um que é o m
, o outro que é o barco, E o céu, estás a esquecer-te do
ois mestres verdadeiros, um que é o mar, o outro que é o b
co, E o céu, estás a esquecer-te do céu, Sim, claro, o c
é o barco, E o céu, estás a esquecer-te do céu, Sim, cl
o, o céu, Os ventos, As nuvens, O céu, Sim, o céu. Em men
Os ventos, As nuvens, O céu, Sim, o céu. Em menos de um qu
to de hora tinham acabado a volta pelo barco, uma caravela,
Em menos de um quarto de hora tinham acabado a volta pelo b
co, uma caravela, mesmo transformada, não dá para grandes
e um quarto de hora tinham acabado a volta pelo barco, uma c
avela, mesmo transformada, não dá para grandes passeios.
lta pelo barco, uma caravela, mesmo transformada, não dá p
a grandes passeios. É bonita, disse o homem, mas se eu não
asseios. É bonita, disse o homem, mas se eu não conseguir
ranjar tripulantes suficientes para a manobra, terei de ir d
s. É bonita, disse o homem, mas se eu não conseguir arranj
tripulantes suficientes para a manobra, terei de ir dizer a
mas se eu não conseguir arranjar tripulantes suficientes p
a a manobra, terei de ir dizer ao rei que já não a quero,
que já não a quero, Perdes o ânimo logo à primeira contr
iedade, A primeira contrariedade foi estar à espera do rei
es o ânimo logo à primeira contrariedade, A primeira contr
iedade foi estar à espera do rei três dias, e não desisti
à primeira contrariedade, A primeira contrariedade foi est
à espera do rei três dias, e não desisti, Se não encont
à espera do rei três dias, e não desisti, Se não encontr
es marinheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois
era do rei três dias, e não desisti, Se não encontrares m
inheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois, Est
i, Se não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos
ranjaremos os dois, Estás doida, duas pessoas sozinhas não
não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos arranj
emos os dois, Estás doida, duas pessoas sozinhas não seria
s doida, duas pessoas sozinhas não seriam capazes de govern
um barco destes, eu teria de estar sempre ao leme, e tu, ne
, duas pessoas sozinhas não seriam capazes de governar um b
co destes, eu teria de estar sempre ao leme, e tu, nem vale
seriam capazes de governar um barco destes, eu teria de est
sempre ao leme, e tu, nem vale a pena estar a explicar-te,
eu teria de estar sempre ao leme, e tu, nem vale a pena est
a explicar-te, é uma loucura, Depois veremos, agora vamos
e estar sempre ao leme, e tu, nem vale a pena estar a explic
-te, é uma loucura, Depois veremos, agora vamos mas é come
loucura, Depois veremos, agora vamos mas é comer. Subiram p
a o castelo de popa, o homem ainda a protestar contra o que
mer. Subiram para o castelo de popa, o homem ainda a protest
contra o que chamara loucura, e, ali, a mulher da limpeza a
castelo de popa, o homem ainda a protestar contra o que cham
a loucura, e, ali, a mulher da limpeza abriu o farnel que el
o que chamara loucura, e, ali, a mulher da limpeza abriu o f
nel que ele tinha trazido, um pão, queijo duro, de cabra, a
ha trazido, um pão, queijo duro, de cabra, azeitonas, uma g
rafa de vinho. A lua já estava meio palmo sobre o mar, as s
uma garrafa de vinho. A lua já estava meio palmo sobre o m
, as sombras da verga e do mastro grande vieram deitar-se-lh
re o mar, as sombras da verga e do mastro grande vieram deit
-se-lhes aos pés. É realmente bonita a nossa caravela, dis
ieram deitar-se-lhes aos pés. É realmente bonita a nossa c
avela, disse a mulher, e emendou logo, A tua, a tua caravela
ssa caravela, disse a mulher, e emendou logo, A tua, a tua c
avela, Desconfio que não o será por muito tempo, Navegues
s ou não navegues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha p
a ir procurar uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não s
egues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha para ir procur
uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fazem do p
a ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fazem do pé p
a a mão, levam o seu tempo, já o meu avô dizia que quem v
o, levam o seu tempo, já o meu avô dizia que quem vai ao m
avia-se em terra, e mais não era ele marinheiro, Sem tripu
que quem vai ao mar avia-se em terra, e mais não era ele m
inheiro, Sem tripulantes não poderemos navegar, Já o tinha
ão era ele marinheiro, Sem tripulantes não poderemos naveg
, Já o tinhas dito, E há que abastecer o barco das mil coi
oderemos navegar, Já o tinhas dito, E há que abastecer o b
co das mil coisas necessárias a uma viagem como esta, que n
rias a uma viagem como esta, que não se sabe aonde nos lev
á, Evidentemente, e depois teremos de esperar que seja a bo
aonde nos levará, Evidentemente, e depois teremos de esper
que seja a boa estação, e sair com a boa maré, e vir gen
emos de esperar que seja a boa estação, e sair com a boa m
é, e vir gente ao cais a desejar-nos boa viagem, Estás a r
tação, e sair com a boa maré, e vir gente ao cais a desej
-nos boa viagem, Estás a rir-te de mim, Nunca me riria de q
fez sair pela porta das decisões, Desculpa-me, E não torn
ei a passar por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava
ela porta das decisões, Desculpa-me, E não tornarei a pass
por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava em cheio a
E não tornarei a passar por ela, suceda o que suceder. O lu
iluminava em cheio a cara da mulher da limpeza, É bonita,
por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava em cheio a c
a da mulher da limpeza, É bonita, realmente é bonita, pens
pensou o homem, que desta vez não estava a referir-se à c
avela. A mulher, essa, não pensou nada, devia ter pensado t
les três dias, quando entreabria de vez em quando a porta p
a ver se aquele ainda continuava lá fora, à espera. Não s
sobrou migalha de pão ou de queijo, nem gota de vinho, os c
oços das azeitonas foram atirados para a água, o chão est
em gota de vinho, os caroços das azeitonas foram atirados p
a a água, o chão está tão limpo como ficara quando a mul
ram atirados para a água, o chão está tão limpo como fic
a quando a mulher da limpeza lhe passou por cima o último e
cima o último esfregão. A sereia de um paquete que saía p
a o mar soltou um ronco potente, como deviam ter sido os do
último esfregão. A sereia de um paquete que saía para o m
soltou um ronco potente, como deviam ter sido os do leviat
o os do leviatã, e a mulher disse, Quando for a nossa vez f
emos menos barulho. Apesar de estarem no interior da doca, a
ã, e a mulher disse, Quando for a nossa vez faremos menos b
ulho. Apesar de estarem no interior da doca, a água ondulou
er disse, Quando for a nossa vez faremos menos barulho. Apes
de estarem no interior da doca, a água ondulou um pouco à
Quando for a nossa vez faremos menos barulho. Apesar de est
em no interior da doca, a água ondulou um pouco à passagem
m pouco à passagem do paquete, e o homem disse, Mas baloiç
emos muito mais. Riram os dois, depois ficaram calados, pass
sse, Mas baloiçaremos muito mais. Riram os dois, depois fic
am calados, passado um bocado um deles opinou que o melhor s
eu tenha muito sono, e o outro concordou, Nem eu, depois cal
am-se outra vez, a lua subiu e continuou a subir, em certa a
lá em baixo, o homem disse, Sim, e foi então que se levant
am, que desceram à coberta, aí a mulher disse, Até amanh
ceram à coberta, aí a mulher disse, Até amanhã, eu vou p
a este lado, e o homem respondeu, E eu vou para este, até a
nhã, eu vou para este lado, e o homem respondeu, E eu vou p
a este, até amanhã, não disseram bombordo nem estibordo,
anhã, não disseram bombordo nem estibordo, decerto por est
em ainda a praticar na arte. A mulher voltou atrás, Tinha-m
m bombordo nem estibordo, decerto por estarem ainda a pratic
na arte. A mulher voltou atrás, Tinha-me esquecido, tirou
ordo nem estibordo, decerto por estarem ainda a praticar na
te. A mulher voltou atrás, Tinha-me esquecido, tirou do bol
vental dois cotos de vela, Encontrei-os quando andava a limp
, o que não tenho é fósforos, Eu tenho, disse o homem. El
velhos pavios, a luz pegou, cresceu lentamente como faz o lu
, banhou a cara da mulher da limpeza, nem seria preciso dize
a luz pegou, cresceu lentamente como faz o luar, banhou a c
a da mulher da limpeza, nem seria preciso dizer o que ele pe
a, mas o que ela pensou, sim, Vê-se bem que só tem olhos p
a a ilha desconhecida, aqui está como as pessoas se enganam
a, aqui está como as pessoas se enganam nos sentidos do olh
, sobretudo ao princípio. Ela entregou-lhe uma vela, disse,
s com uma mulher. Perguntava-se se já dormiria, se teria t
dado a entrar no sono, depois imaginou que andava à procura
lher. Perguntava-se se já dormiria, se teria tardado a entr
no sono, depois imaginou que andava à procura dela e não
ontrava em nenhum sítio, que estavam perdidos os dois num b
co enorme, o sonho é um prestidigitador hábil, muda as pro
, muda as proporções das coisas e as suas distâncias, sep
a ás pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não
o felizes sonhos, mas foi ele quem levou toda a noite a sonh
. Sonhou que a sua caravela ia no mar alto, com as três vel
foi ele quem levou toda a noite a sonhar. Sonhou que a sua c
avela ia no mar alto, com as três velas triangulares glorio
vou toda a noite a sonhar. Sonhou que a sua caravela ia no m
alto, com as três velas triangulares gloriosamente enfunad
e a sua caravela ia no mar alto, com as três velas triangul
es gloriosamente enfunadas, abrindo caminho sobre as ondas,
ão descansava à sombra. Não percebia como podiam ali est
os marinheiros que no porto e na cidade se tinham recusado
scansava à sombra. Não percebia como podiam ali estar os m
inheiros que no porto e na cidade se tinham recusado a embar
arinheiros que no porto e na cidade se tinham recusado a emb
car com ele para ir à procura da ilha desconhecida, provave
nheiros que no porto e na cidade se tinham recusado a embarc
com ele para ir à procura da ilha desconhecida, provavelme
no porto e na cidade se tinham recusado a embarcar com ele p
a ir à procura da ilha desconhecida, provavelmente arrepend
ele para ir à procura da ilha desconhecida, provavelmente
rependeram-se da grosseira ironia com que o haviam tratado.
ndo os grãos de milho ou roendo as folhas de couve que um m
inheiro lhes atirava, não se lembrava de quando os tinha tr
lhes atirava, não se lembrava de quando os tinha trazido p
a o barco, fosse como fosse era natural que ali estivessem,
tirava, não se lembrava de quando os tinha trazido para o b
co, fosse como fosse era natural que ali estivessem, imagine
vezes o foi no passado, uma ilha deserta, o melhor será jog
pelo seguro, todos sabemos que abrir a porta da coelheira e
lo seguro, todos sabemos que abrir a porta da coelheira e ag
rar um coelho pelas orelhas sempre foi mais fácil do que pe
seguro, todos sabemos que abrir a porta da coelheira e agarr
um coelho pelas orelhas sempre foi mais fácil do que perse
zurros de asnos, as vozes dos nobres animais necessários p
a o trabalho pesado, e como foi que vieram eles, como podem
trabalho pesado, e como foi que vieram eles, como podem est
numa caravela onde a tripulação humana mal cabe, de súbi
pesado, e como foi que vieram eles, como podem estar numa c
avela onde a tripulação humana mal cabe, de súbito o vent
tes não se vira, um grupo de mulheres que mesmo sem as cont
se adivinha serem tantas quantos os marinheiros, ocupam-se
ue mesmo sem as contar se adivinha serem tantas quantos os m
inheiros, ocupam-se nas suas coisas de mulheres, ainda não
uas coisas de mulheres, ainda não chegou o tempo de se ocup
em doutras, está claro que isto só pode ser um sonho, na v
, ainda não chegou o tempo de se ocuparem doutras, está cl
o que isto só pode ser um sonho, na vida real nunca se viaj
não a viu, Talvez esteja no beliche de estibordo, a descans
da lavagem da coberta, pensou, mas foi um pensar fingido, p
, a descansar da lavagem da coberta, pensou, mas foi um pens
fingido, porque ele bem sabe, embora também não saiba com
o sabe, que ela à última hora não quis vir, que saltou p
a o cais, dizendo de lá, Adeus, adeus, já que só tens olh
cais, dizendo de lá, Adeus, adeus, já que só tens olhos p
a a ilha desconhecida, vou-me embora, e não era verdade, ag
u cobriu-se e começou a chover, e, tendo chovido, principi
am a brotar inúmeras plantas das fileiras de sacos de terra
e e começou a chover, e, tendo chovido, principiaram a brot
inúmeras plantas das fileiras de sacos de terra alinhadas
erra bastante na ilha desconhecida, mas porque assim se ganh
á tempo, no dia em que lá chegarmos só teremos que transp
, mas porque assim se ganhará tempo, no dia em que lá cheg
mos só teremos que transplantar as árvores de fruto, semea
empo, no dia em que lá chegarmos só teremos que transplant
as árvores de fruto, semear os grãos das pequenas searas
rmos só teremos que transplantar as árvores de fruto, seme
os grãos das pequenas searas que vão amadurecer aqui, enf
antar as árvores de fruto, semear os grãos das pequenas se
as que vão amadurecer aqui, enfeitar os canteiros com as fl
grãos das pequenas searas que vão amadurecer aqui, enfeit
os canteiros com as flores que desabrocharão destes botõe
ecer aqui, enfeitar os canteiros com as flores que desabroch
ão destes botões. O homem do leme pergunta aos marinheiros
esabrocharão destes botões. O homem do leme pergunta aos m
inheiros que descansam na coberta se avistam alguma ilha des
não vêem nem de umas nem das outras, mas que estão a pens
em desembarcar na primeira terra povoada que lhes apareça,
em de umas nem das outras, mas que estão a pensar em desemb
car na primeira terra povoada que lhes apareça, desde que h
de umas nem das outras, mas que estão a pensar em desembarc
na primeira terra povoada que lhes apareça, desde que haja
pensar em desembarcar na primeira terra povoada que lhes ap
eça, desde que haja lá um porto onde fundear, uma taberna
da que lhes apareça, desde que haja lá um porto onde funde
, uma taberna onde beber e uma cama onde folgar, que aqui n
to onde fundear, uma taberna onde beber e uma cama onde folg
, que aqui não se pode, com toda esta gente junta. E a ilha
tua cabeça, os geógrafos do rei foram ver nos mapas e decl
aram que ilhas por conhecer é coisa que se acabou desde há
a cabeça, os geógrafos do rei foram ver nos mapas e declar
am que ilhas por conhecer é coisa que se acabou desde há m
desde há muito tempo, Devíeis ter ficado na cidade, em lug
de vir atrapalhar-me a navegação, Andávamos à procura d
mpo, Devíeis ter ficado na cidade, em lugar de vir atrapalh
-me a navegação, Andávamos à procura de um sítio melhor
e a navegação, Andávamos à procura de um sítio melhor p
a viver e resolvemos aproveitar a tua viagem, Não sois mari
procura de um sítio melhor para viver e resolvemos aproveit
a tua viagem, Não sois marinheiros, Nunca o fomos, Sozinho
para viver e resolvemos aproveitar a tua viagem, Não sois m
inheiros, Nunca o fomos, Sozinho, não serei capaz de govern
inheiros, Nunca o fomos, Sozinho, não serei capaz de govern
o barco, Pensasses nisso antes de ir pedi-lo ao rei, o mar
os, Nunca o fomos, Sozinho, não serei capaz de governar o b
co, Pensasses nisso antes de ir pedi-lo ao rei, o mar não e
nar o barco, Pensasses nisso antes de ir pedi-lo ao rei, o m
não ensina a navegar. Então o homem do leme viu uma terra
nisso antes de ir pedi-lo ao rei, o mar não ensina a naveg
. Então o homem do leme viu uma terra ao longe e quis passa
r. Então o homem do leme viu uma terra ao longe e quis pass
adiante, fazer de conta que ela era a miragem de uma outra
do mundo pelo espaço, mas os homens que nunca haviam sido m
inheiros protestaram, disseram que ali mesmo é que queriam
ço, mas os homens que nunca haviam sido marinheiros protest
am, disseram que ali mesmo é que queriam desembarcar, Esta
os protestaram, disseram que ali mesmo é que queriam desemb
car, Esta é uma ilha do mapa, gritaram, matar-te-emos se n
protestaram, disseram que ali mesmo é que queriam desembarc
, Esta é uma ilha do mapa, gritaram, matar-te-emos se não
o é que queriam desembarcar, Esta é uma ilha do mapa, grit
am, matar-te-emos se não nos levares lá. Então, por si me
queriam desembarcar, Esta é uma ilha do mapa, gritaram, mat
-te-emos se não nos levares lá. Então, por si mesma, a ca
é uma ilha do mapa, gritaram, matar-te-emos se não nos lev
es lá. Então, por si mesma, a caravela virou a proa em dir
r-te-emos se não nos levares lá. Então, por si mesma, a c
avela virou a proa em direcção à terra, entrou no porto e
a proa em direcção à terra, entrou no porto e foi encost
à muralha da doca, Podeis ir-vos, disse o homem do leme, a
as mulheres, depois os homens, mas não foram sozinhos, lev
am com eles os patos, os coelhos e as galinhas, levaram os b
os, levaram com eles os patos, os coelhos e as galinhas, lev
am os bois, os burros e os cavalos, e até as gaivotas, uma
os e os cavalos, e até as gaivotas, uma após outra, levant
am voo e se foram do barco transportando no bico os seus gai
as gaivotas, uma após outra, levantaram voo e se foram do b
co transportando no bico os seus gaivotinhos, proeza que nã
do leme assistiu à debandada em silêncio, não fez nada p
a reter os que o abandonavam, ao menos tinham-no deixado com
rado e semeado, só falta que venha um pouco mais de chuva p
a que seja um bom ano agrícola. Desde que a viagem à ilha
o se vê o homem do leme comer, deve ser porque está a sonh
, apenas a sonhar, e se no sonho lhe apetecesse um pedaço d
do leme comer, deve ser porque está a sonhar, apenas a sonh
, e se no sonho lhe apetecesse um pedaço de pão ou uma ma
zes das árvores já estão penetrando no cavername, não t
da que estas velas içadas deixem de ser precisas, bastará
o tarda que estas velas içadas deixem de ser precisas, bast
á que o vento sopre nas copas e vá encaminhando a caravela
bastará que o vento sopre nas copas e vá encaminhando a c
avela ao seu destino. É uma floresta que navega e se balanc
sobre as ondas, uma floresta onde, sem saber-se como, começ
am a cantar pássaros, deviam estar escondidos por aí e de
das, uma floresta onde, sem saber-se como, começaram a cant
pássaros, deviam estar escondidos por aí e de repente dec
floresta onde, sem saber-se como, começaram a cantar páss
os, deviam estar escondidos por aí e de repente decidiram s
sem saber-se como, começaram a cantar pássaros, deviam est
escondidos por aí e de repente decidiram sair à luz, talv
r aí e de repente decidiram sair à luz, talvez porque a se
a já esteja madura e é preciso ceifá-la. Então o homem t
s, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pint
na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas,
abou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do b
co, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ain
do e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava d
à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Des
outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à c
avela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconheci
inda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a m
é, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de s
3. Igreja
e nega. - Negas esta morte? - Nego tudo. A misantropia pode
aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misa
ja protestante e a ortodoxa oram muito. 3-Assim que entrou p
a a igreja, tornou-se coroinha. 4- A igreja não permite o a
beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fund
uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grand
s, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regul
. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo e
ontra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à f
ta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais apar
arta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais ap
elho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal do
combatem e se dividem, a minha igreja será única; não ach
ei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos d
te de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirm
; há só um de negar tudo. Dizendo isto, o Diabo sacudiu a
, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de neg
tudo. Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os
a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e v
onil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunic
fico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus p
a comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos,
onil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunic
-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de
com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo,
rancou da sombra para o infinito azul. II ENTRE DEUS E O DIA
abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra p
a o infinito azul. II ENTRE DEUS E O DIABO Deus recolhia um
o recém-chegado, detiveram-no logo, e o Diabo deixou-se est
à entrada com os olhos no Senhor. - Que me queres tu? perg
diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lug
, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam
ho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cít
as e alaúdes o recebam com os mais divinos coros... - Sabes
rovavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não t
da muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por c
uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edific
uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igr
a, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hosped
ia barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou ca
causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria b
ata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado
u edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fund
uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu
nal e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, p
a que me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não
me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não vos p
ece? - Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor
, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lanç
a minha pedra fundamental. - Vai - Quereis que venha anunci
a minha pedra fundamental. - Vai - Quereis que venha anunci
-vos o remate da obra? - Não é preciso; basta que me digas
á tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fund
uma igreja? O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triu
ora pensaste em fundar uma igreja? O Diabo sorriu com certo
de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espír
e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum rep
o picante no alforje da memória, qualquer coisa que, nesse
que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comp
áveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas
oponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê- las todas p
a minha igreja; atrás delas virão as de seda pura... - Vel
devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o
dor, - a indiferença, ao menos, - com que esse cavalheiro p
er dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero p
ecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exempl
placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, c
rega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou
enda... Vou a negócios mais altos... Nisto os serafins agit
am as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitara
taram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fit
am no Senhor um olhar de súplica, Deus interrompeu o Diabo.
de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olh
de súplica, Deus interrompeu o Diabo. - Tu és vulgar, que
m olhar de súplica, Deus interrompeu o Diabo. - Tu és vulg
, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua esp
É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade p
a renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te reti
o gasto; e se não tens força, nem originalidade para renov
um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha
s sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião p
ece enjoado; e sabes tu o que ele fez? - Já vos disse que n
a, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salv
-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida
ega. - Negas esta morte? - Nego tudo. A misantropia pode tom
aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misa
ta morte? - Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de c
idade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é real
ego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deix
a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrec
pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, p
a um misantropo, é realmente aborrecê-los... - Retórico e
io; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as h
monias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se
eus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no
; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra. Ill A BOA
terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfi
a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a e
gula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalh
uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboav
ais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o p
a retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir
s. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retific
a noção que os homens tinham dele e desmentir as históri
o, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome p
a arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airos
próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para
redá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. S
o verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado p
a meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos
inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um láb
o, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era
meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos d
ei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era assim que falav
o, tudo, tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, p
a excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar,
tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, para excit
o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma,
que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espert
os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé d
para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congreg
, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo
xúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a av
eza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, c
iça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que decl
ou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença
o de lado essas razões de ordem literária ou histórica, p
a só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem nega
as razões de ordem literária ou histórica, para só mostr
o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era m
ra só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem neg
ia que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons m
que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manj
es, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do
ia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua p
te o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão
inha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não falt
ia nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo.
a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo am
as perversas e detestar as sãs. Nada mais curioso, por exe
trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detest
as sãs. Nada mais curioso, por exemplo, do que a definiç
foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confess
que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diab
heres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma p
te do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico?
cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue p
a transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabe
sfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, p
tes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter,
los, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao c
áter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o prin
ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimul
o exercício de um direito tão legítimo, o que era exerce
E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está cl
o que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de
proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pag
a transpiração. Todas as formas de respeito foram condena
adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele. P
a rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar po
o, era este o sentimento aplicado e não aquele. Para remat
a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a
. Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cort
por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor do pró
ra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a solid
iedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstác
. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de p
asitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao pró
ão de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia d
ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou
les, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das m
quesas do antigo regímen: \"Leve a breca o próximo! N
próximo!\" A única hipótese em que ele permitia am
ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias
e ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de am
as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a part
mar as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a p
ticularidade de não ser outra coisa mais do que o amor do i
damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a particul
idade de não ser outra coisa mais do que o amor do indivíd
eu a um apólogo: - Cem pessoas tomam ações de um banco, p
a as operações comuns; mas cada acionista não cuida realm
adas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alist
-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tem
s outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fund
a-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do glo
o as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por p
tes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se
por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos av
os davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vário
o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, p
a fazer crer que estavam embaçando os outros. A descoberta
preensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenen
a longamente uma geração inteira, e, com o produto das dro
o Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a c
a para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de u
ro achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara p
a ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, l
em rosto o procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roub
o camelo de um drogomano; roubou-o, com efeito, à vista do
o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, v
ão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos,
a, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meter-se na cama p
a não confessar que estava são. Pois esse homem, não só
aude em pessoa; chegava a meter-se na cama para não confess
que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao
jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo ang
iado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-
gariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confess
-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe d
a das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelh
-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivo
secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levant
-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havi
Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvid
; o caso era verdadeiro. Não se deteve um instante. O pasmo
ve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comp
ar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga
um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, compar
e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao
de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singul
fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o
4. Vá tomar no cu
espeare, em ?MacBeth?. O gordinho não deixa barato: - ?Vá
no cu!? : Nelson Rodrigues, em ?A vida como ela é?.
, mas culto!!! Calor demais, trânsito em São Paulo, tudo p
ado? De um lado: uma Mercedes com ar condicionado, uma madam
to em São Paulo, tudo parado? De um lado: uma Mercedes com
condicionado, uma madame e motorista; Do outro: um fusquinh
sta; Do outro: um fusquinha com um gordinho todo suado e a b
ba por fazer? O gordinho xinga, buzina, faz um escarcéu por
do e a barba por fazer? O gordinho xinga, buzina, faz um esc
céu por causa do trânsito até que a madame baixa o vidro
paciência é a mais nobre e gentil das virtudes!: Shakespe
e, em ?MacBeth?. O gordinho não deixa barato: - ?Vá tomar
irtudes!: Shakespeare, em ?MacBeth?. O gordinho não deixa b
ato: - ?Vá tomar no cu!? : Nelson Rodrigues, em ?A vida com
eare, em ?MacBeth?. O gordinho não deixa barato: - ?Vá tom
no cu!? : Nelson Rodrigues, em ?A vida como ela é?.
5. Barca
. DIABO Embarque vossa doçura, que cá nos entenderemos...
ês um par de remos, veremos como remais, e, chegando ao nos
uem te enganou! ONZENEIRO Porquê? ANJO Porque esse bolsão
á todo o navio. ONZENEIRO Juro a Deus que vai vazio! ANJO N
DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e partiremos:
eis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'avença. DIABO P
! Nom praza a São Domingos com tanta descortesia! Tornou a
a Moça pela mão, dizendo: FRADE Vamos à barca da Glória
e São Gregório. DIABO Quero-te desenganar: se o que disse
as, certo é que te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alt
ue disse tomaras, certo é que te salvaras. Não o quiseste
... - Alto! Todos a tirar, que está em seco o batel! - Saí
BARQUINHO (Ronaldo Bóscoli) Dia de luz, festa de sol E o b
quinho a deslizar No macio azul do mar Tudo é verão, o amo
do Bóscoli) Dia de luz, festa de sol E o barquinho a desliz
No macio azul do mar Tudo é verão, o amor se faz No barqu
uz, festa de sol E o barquinho a deslizar No macio azul do m
Tudo é verão, o amor se faz No barquinho pelo mar Que des
izar No macio azul do mar Tudo é verão, o amor se faz No b
quinho pelo mar Que desliza sem parar Sem intenção, nossa
zul do mar Tudo é verão, o amor se faz No barquinho pelo m
Que desliza sem parar Sem intenção, nossa canção Vai sa
erão, o amor se faz No barquinho pelo mar Que desliza sem p
ar Sem intenção, nossa canção Vai saindo desse mar E o s
ão, o amor se faz No barquinho pelo mar Que desliza sem par
Sem intenção, nossa canção Vai saindo desse mar E o sol
sem parar Sem intenção, nossa canção Vai saindo desse m
E o sol Beija o barco e luz Dias tão azuis Volta do mar, d
ção, nossa canção Vai saindo desse mar E o sol Beija o b
co e luz Dias tão azuis Volta do mar, desmaia o sol E o bar
e mar E o sol Beija o barco e luz Dias tão azuis Volta do m
, desmaia o sol E o barquinho a deslizar E a vontade de cant
arco e luz Dias tão azuis Volta do mar, desmaia o sol E o b
quinho a deslizar E a vontade de cantar Céu tão azul, ilha
ão azuis Volta do mar, desmaia o sol E o barquinho a desliz
E a vontade de cantar Céu tão azul, ilhas do sul E o barq
, desmaia o sol E o barquinho a deslizar E a vontade de cant
Céu tão azul, ilhas do sul E o barquinho, coração Desli
zar E a vontade de cantar Céu tão azul, ilhas do sul E o b
quinho, coração Deslizando na canção Tudo isso é paz Tu
isso é paz Tudo isso traz Uma calma de verão E então O b
quinho vai E a tardinha cai AUTO DA BARCA DO INFERNO Gil Vic
isso traz Uma calma de verão E então O barquinho vai E a t
dinha cai AUTO DA BARCA DO INFERNO Gil Vicente -------------
e verão E então O barquinho vai E a tardinha cai AUTO DA B
CA DO INFERNO Gil Vicente ----------------------------------
rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome. Começa a decl
ação e argumento da obra. Primeiramente, no presente auto,
, primeiro de Portugal deste nome. Começa a declaração e
gumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se fegura
presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de espir
, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos d
amos supitamente a um rio, o qual per força havemos de pass
em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, u
que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o p
aíso e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um
e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um seu
rais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrai
rno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do p
aíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um compan
eu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um
rais infernal e um companheiro. O primeiro intrelocutor é u
um rabo mui comprido e üa cadeira de espaldas. E começa o
rais do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO À barca, à
ça o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO À b
ca, à barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o
is do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO À barca, à b
ca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o carro a r
venha. DIABO À barca, à barca, houlá! que temos gentil m
é! - Ora venha o carro a ré! COMPANHEIRO Feito, feito! Bem
a, à barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o c
ro a ré! COMPANHEIRO Feito, feito! Bem está! Vai tu muitie
palanco e despeja aquele banco, pera a gente que virá. À b
ca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de
despeja aquele banco, pera a gente que virá. À barca, à b
ca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de partir, l
, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de p
tir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja t
leito! COMPANHEIRO Em boa hora! Feito, feito! DIABO Abaixa
amá esse cu! Faze aquela poja lesta e alija aquela driça.
COMPANHEIRO Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que c
avela esta! Põe bandeiras, que é festa. Verga alta! Âncor
o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz: FIDALGO Esta b
ca onde vai ora, que assi está apercebida? DIABO Vai pera a
está apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de p
tir logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senh
lá vai a senhora? DIABO Senhor, a vosso serviço. FIDALGO P
ece-me isso cortiço... DIABO Porque a vedes lá de fora. FI
O Vejo-vos eu em feição pera ir ao nosso cais... FIDALGO P
ece-te a ti assi!... DIABO Em que esperas ter guarida? FIDAL
FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em que esperas ter gu
ida? FIDALGO Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi
i, hi, hi, hi!... E tu viveste a teu prazer, cuidando cá gu
ecer por que rezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai...
zer, cuidando cá guarecer por que rezam lá por ti?!... Emb
ca - ou embarcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai m
cá guarecer por que rezam lá por ti?!... Embarca - ou emb
cai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cadeir
DALGO Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?! DIABO Vai ou vem! Emb
cai prestes! Segundo lá escolhestes, assi cá vos contentai
os contentai. Pois que já a morte passastes, haveis de pass
o rio. FIDALGO Não há aqui outro navio? DIABO Não, senho
al? DIABO Do que vós vos contentastes. FIDALGO A estoutra b
ca me vou. Hou da barca! Para onde is? Ah, barqueiros! Não
vos contentastes. FIDALGO A estoutra barca me vou. Hou da b
ca! Para onde is? Ah, barqueiros! Não me ouvis? Respondei-m
ntentastes. FIDALGO A estoutra barca me vou. Hou da barca! P
a onde is? Ah, barqueiros! Não me ouvis? Respondei-me! Houl
O A estoutra barca me vou. Hou da barca! Para onde is? Ah, b
queiros! Não me ouvis? Respondei-me! Houlá! Hou!... (Parde
barqueiros! Não me ouvis? Respondei-me! Houlá! Hou!... (P
deus, aviado estou! Cant'a isto é já pior...) Oue jericoci
ão eu grou? ANJO Que quereis? FIDALGO Que me digais, pois p
ti tão sem aviso, se a barca do Paraíso é esta em que nav
is? FIDALGO Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a b
ca do Paraíso é esta em que navegais. ANJO Esta é; que de
GO Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do P
aíso é esta em que navegais. ANJO Esta é; que demandais?
ais. ANJO Esta é; que demandais? FIDALGO Que me leixeis emb
car. Sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais. ANJO Nã
. ANJO Esta é; que demandais? FIDALGO Que me leixeis embarc
. Sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais. ANJO Não s
mandais? FIDALGO Que me leixeis embarcar. Sou fidalgo de sol
, é bem que me recolhais. ANJO Não se embarca tirania nest
fidalgo de solar, é bem que me recolhais. ANJO Não se emb
ca tirania neste batel divinal. FIDALGO Não sei porque have
senhoria... ANJO Pera vossa fantesia mui estreita é esta b
ca. FIDALGO Pera senhor de tal marca nom há aqui mais corte
sia mui estreita é esta barca. FIDALGO Pera senhor de tal m
ca nom há aqui mais cortesia? Venha a prancha e atavio! Lev
me desta ribeira! ANJO Não vindes vós de maneira pera entr
neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeira entrará e
entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeira entr
á e o rabo caberá e todo vosso senhorio. Ireis lá mais es
eixoso. E porque, de generoso, desprezastes os pequenos, ach
-vos-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso. DIABO À bar
ar-vos-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso. DIABO À b
ca, à barca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um vent
tanto menos quanto mais fostes fumoso. DIABO À barca, à b
ca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um ventozinho que
fostes fumoso. DIABO À barca, à barca, senhores! Oh! que m
é tão de prata! Um ventozinho que mata e valentes remadore
e não vi que me perdia. Venha essa prancha! Veremos esta b
ca de tristura. DIABO Embarque vossa doçura, que cá nos en
enha essa prancha! Veremos esta barca de tristura. DIABO Emb
que vossa doçura, que cá nos entenderemos... Tomarês um p
IABO Embarque vossa doçura, que cá nos entenderemos... Tom
ês um par de remos, veremos como remais, e, chegando ao nos
que vossa doçura, que cá nos entenderemos... Tomarês um p
de remos, veremos como remais, e, chegando ao nosso cais, t
gando ao nosso cais, todos bem vos serviremos. FIDALGO Esper
-me-ês vós aqui, tornarei à outra vida ver minha dama que
s bem vos serviremos. FIDALGO Esperar-me-ês vós aqui, torn
ei à outra vida ver minha dama querida que se quer matar po
ornarei à outra vida ver minha dama querida que se quer mat
por mi. Dia, Que se quer matar por ti?!... FIDALGO Isto bem
dama querida que se quer matar por mi. Dia, Que se quer mat
por ti?!... FIDALGO Isto bem certo o sei eu. DIABO Ó namor
ue lias, e tu... morto de prazer!... FIDALGO Pera que é esc
necer, quem nom havia mais no bem? DIABO Assi vivas tu, amé
vá ver minha mulher. DIABO E ela, por não te ver, despenh
-se-á dum cabeço! Quanto ela hoje rezou, antre seus gritos
o! Quanto ela hoje rezou, antre seus gritos e gritas, foi d
graças infinitas a quem a desassombrou. FIDALGO Cant'a ela
passeai e suspirai. Em tanto virá mais gente. FIDALGO Ó b
ca, como és ardente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo ao
irai. Em tanto virá mais gente. FIDALGO Ó barca, como és
dente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo ao Moço da cadei
é cá sobeja; cousa que esteve na igreja nom se há-de emb
car aqui. Cá lha darão de marfi, marchetada de dolores, co
cá sobeja; cousa que esteve na igreja nom se há-de embarc
aqui. Cá lha darão de marfi, marchetada de dolores, com t
que esteve na igreja nom se há-de embarcar aqui. Cá lha d
ão de marfi, marchetada de dolores, com tais modos de lavor
e na igreja nom se há-de embarcar aqui. Cá lha darão de m
fi, marchetada de dolores, com tais modos de lavores, que es
reja nom se há-de embarcar aqui. Cá lha darão de marfi, m
chetada de dolores, com tais modos de lavores, que estará f
i, marchetada de dolores, com tais modos de lavores, que est
á fora de si... À barca, à barca, boa gente, que queremos
s, com tais modos de lavores, que estará fora de si... À b
ca, à barca, boa gente, que queremos dar à vela! Chegar el
s modos de lavores, que estará fora de si... À barca, à b
ca, boa gente, que queremos dar à vela! Chegar ela! Chegar
fora de si... À barca, à barca, boa gente, que queremos d
à vela! Chegar ela! Chegar ela! Muitos e de boamente! Oh!
barca, à barca, boa gente, que queremos dar à vela! Cheg
ela! Chegar ela! Muitos e de boamente! Oh! que barca tão v
barca, boa gente, que queremos dar à vela! Chegar ela! Cheg
ela! Muitos e de boamente! Oh! que barca tão valente! Vem
ela! Chegar ela! Chegar ela! Muitos e de boamente! Oh! que b
ca tão valente! Vem um Onzeneiro, e pergunta ao Arrais do I
Oh! que barca tão valente! Vem um Onzeneiro, e pergunta ao
rais do Inferno, dizendo: ONZENEIRO Pera onde caminhais? DIA
caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzeneiro, meu p
ente! Como tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais quisera eu l
ABO Oh! que má-hora venhais, onzeneiro, meu parente! Como t
dastes vós tanto? ONZENEIRO Mais quisera eu lá tardar... N
! Como tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais quisera eu lá t
dar... Na safra do apanhar me deu Saturno quebranto. DIABO O
omo tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais quisera eu lá tard
... Na safra do apanhar me deu Saturno quebranto. DIABO Ora
o? ONZENEIRO Mais quisera eu lá tardar... Na safra do apanh
me deu Saturno quebranto. DIABO Ora mui muito m'espanto nom
aturno quebranto. DIABO Ora mui muito m'espanto nom vos livr
o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente para o barqueiro nom me
'espanto nom vos livrar o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente p
a o barqueiro nom me leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai,
o nom vos livrar o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente para o b
queiro nom me leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai
inheiro!... ONZENEIRO Solamente para o barqueiro nom me leix
am nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui! ONZENEIRO Nã
DIABO Ora entrai, entrai aqui! ONZENEIRO Não hei eu i d'emb
car! DIABO Oh! que gentil recear, e que cousas pera mi!... O
BO Ora entrai, entrai aqui! ONZENEIRO Não hei eu i d'embarc
! DIABO Oh! que gentil recear, e que cousas pera mi!... ONZE
NZENEIRO Não hei eu i d'embarcar! DIABO Oh! que gentil rece
, e que cousas pera mi!... ONZENEIRO Ainda agora faleci, lei
usas pera mi!... ONZENEIRO Ainda agora faleci, leixa-me busc
batel! DIABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não irás aqui?
ZENEIRO Ainda agora faleci, leixa-me buscar batel! DIABO Pes
de Jam Pimentel! Porque não irás aqui?... ONZENEIRO E per
? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENEIRO Havemos logo de p
tir? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENEIRO Mas pera
NEIRO Mas pera onde é a passagem? DIABO Pera a infernal com
ca. ONZENEIRO Dix! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avanta
ABO Pera a infernal comarca. ONZENEIRO Dix! Nom vou eu tal b
ca. Estoutra tem avantagem. Vai-se à barca do Anjo, e diz:
x! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avantagem. Vai-se à b
ca do Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis logo de
utra tem avantagem. Vai-se à barca do Anjo, e diz: Hou da b
ca! Houlá! Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres t
do Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis logo de p
tir? ANJO E onde queres tu ir? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso
o de partir? ANJO E onde queres tu ir? ONZENEIRO Eu pera o P
aíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou de te levar para
a o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou de te lev
para lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ON
Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou de te levar p
a lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ONZENE
cant'eu mui fora estou de te levar para lá. Essoutra te lev
á; vai pera quem te enganou! ONZENEIRO Porquê? ANJO Porque
te enganou! ONZENEIRO Porquê? ANJO Porque esse bolsão tom
á todo o navio. ONZENEIRO Juro a Deus que vai vazio! ANJO N
, como és fea e filha de maldição! Torna o Onzeneiro à b
ca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barqueiro!
iro à barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo b
queiro! Sabês vós no que me fundo? Quero lá tornar ao mun
Demo barqueiro! Sabês vós no que me fundo? Quero lá torn
ao mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro marinheiro
á tornar ao mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro m
inheiro, porque me vê vir sem nada, dá-me tanta borregada
ro, porque me vê vir sem nada, dá-me tanta borregada como
rais lá do Barreiro. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom pe
ê vir sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do B
reiro. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais mar
egada como arrais lá do Barreiro. DIABO Entra, entra, e rem
ás! Nom percamos mais maré! ONZENEIRO Todavia... DIABO Per
arreiro. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais m
é! ONZENEIRO Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, c
ENEIRO Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entr
ás! Irás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZEN
ENEIRO Oh! Triste, quem me cegou? DIABO Cal'te, que cá chor
ás. Entrando o Onzeneiro no batel, onde achou o Fidalgo emb
ás. Entrando o Onzeneiro no batel, onde achou o Fidalgo emb
cado, diz tirando o barrete: ONZENEIRO Santa Joana de Valdê
ro no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o b
rete: ONZENEIRO Santa Joana de Valdês! Cá é vossa senhori
rtesia! DIABO Ouvis? Falai vós cortês! Vós, fidalgo, cuid
eis que estais na vossa pousada? Dar-vos-ei tanta pancada co
ês! Vós, fidalgo, cuidareis que estais na vossa pousada? D
-vos-ei tanta pancada com um remo que renegueis! Vem Joane,
s-ei tanta pancada com um remo que renegueis! Vem Joane, o P
vo, e diz ao Arrais do Inferno: PARVO Hou daquesta! DIABO Qu
ada com um remo que renegueis! Vem Joane, o Parvo, e diz ao
rais do Inferno: PARVO Hou daquesta! DIABO Quem é? PARVO Eu
renegueis! Vem Joane, o Parvo, e diz ao Arrais do Inferno: P
VO Hou daquesta! DIABO Quem é? PARVO Eu soo. É esta a navi
z ao Arrais do Inferno: PARVO Hou daquesta! DIABO Quem é? P
VO Eu soo. É esta a naviarra nossa? DIABO De quem? PARVO Do
VO Hou daquesta! DIABO Quem é? PARVO Eu soo. É esta a navi
ra nossa? DIABO De quem? PARVO Dos tolos. DIABO Vossa. Entra
é? PARVO Eu soo. É esta a naviarra nossa? DIABO De quem? P
VO Dos tolos. DIABO Vossa. Entra! PARVO De pulo ou de voo? H
nossa? DIABO De quem? PARVO Dos tolos. DIABO Vossa. Entra! P
VO De pulo ou de voo? Hou! Pesar de meu avô! Soma, vim adoe
tolos. DIABO Vossa. Entra! PARVO De pulo ou de voo? Hou! Pes
de meu avô! Soma, vim adoecer e fui má-hora morrer, e nel
-hora morrer, e nela, pera mi só. DIABO De que morreste? P
VO De quê? Samicas de caganeira. DIABO De quê? PARVO De ca
reste? PARVO De quê? Samicas de caganeira. DIABO De quê? P
VO De caga merdeira! Má rabugem que te dê! DIABO Entra! P
ira! Má rabugem que te dê! DIABO Entra! Põe aqui o pé! P
VO Houlá! Nom tombe o zambuco! DIABO Entra, tolaço eunuco,
e o zambuco! DIABO Entra, tolaço eunuco, que se nos vai a m
é! PARVO Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'
buco! DIABO Entra, tolaço eunuco, que se nos vai a maré! P
VO Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'ir ter?
ABO Entra, tolaço eunuco, que se nos vai a maré! PARVO Agu
dai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'ir ter? DIABO A
tolaço eunuco, que se nos vai a maré! PARVO Aguardai, agu
dai, houlá! E onde havemos nós d'ir ter? DIABO Ao porto de
! E onde havemos nós d'ir ter? DIABO Ao porto de Lucifer. P
VO Ha-á-a... DIABO Ó Inferno! Entra cá! PARVO Ò Inferno?
de Lucifer. PARVO Ha-á-a... DIABO Ó Inferno! Entra cá! P
VO Ò Inferno?... Eramá... Hiu! Hiu! Barca do cornudo. Pêr
ferno! Entra cá! PARVO Ò Inferno?... Eramá... Hiu! Hiu! B
ca do cornudo. Pêro Vinagre, beiçudo, rachador d'Alverca,
ador d'Alverca, huhá! Sapateiro da Candosa! Antrecosto de c
rapato! Hiu! Hiu! Caga no sapato, filho da grande aleivosa!
, filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há-de p
ir um sapo chantado no guardanapo! Neto de cagarrinhosa! Fur
Tua mulher é tinhosa e há-de parir um sapo chantado no gu
danapo! Neto de cagarrinhosa! Furta cebolas! Hiu! Hiu! Excom
a e há-de parir um sapo chantado no guardanapo! Neto de cag
rinhosa! Furta cebolas! Hiu! Hiu! Excomungado nas erguejas!
mp! Hump! Caga na vela! Hio, cabeça de grulha! Perna de cig
ra velha, caganita de coelha, pelourinho da Pampulha! Mija n
ourinho da Pampulha! Mija n'agulha, mija n'agulha! Chega o P
vo ao batel do Anjo e dlz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me q
ulha, mija n'agulha! Chega o Parvo ao batel do Anjo e dlz: P
VO Hou da barca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me passar
agulha! Chega o Parvo ao batel do Anjo e dlz: PARVO Hou da b
ca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me passar além? ANJO Q
tel do Anjo e dlz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres? P
VO Queres-me passar além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica al
PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me pass
além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica alguém. ANJO Tu pass
me queres? PARVO Queres-me passar além? ANJO Quem és tu? P
VO Samica alguém. ANJO Tu passarás, se quiseres; porque em
além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica alguém. ANJO Tu pass
ás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malícia
res per malícia nom erraste. Tua simpreza t'abaste pera goz
dos prazeres. Espera entanto per i: veremos se vem alguém,
remos se vem alguém, merecedor de tal bem, que deva de entr
aqui. Vem um Sapateiro com seu avental e carregado de forma
ue deva de entrar aqui. Vem um Sapateiro com seu avental e c
regado de formas, e chega ao batel infernal, e diz: SAPATEIR
formas, e chega ao batel infernal, e diz: SAPATEIRO Hou da b
ca! DIABO Quem vem i? Santo sapateiro honrado, como vens tã
DIABO Quem vem i? Santo sapateiro honrado, como vens tão c
regado?... SAPATEIRO Mandaram-me vir assi... E pera onde é
pateiro honrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mand
am-me vir assi... E pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago
passagem? DIABO Nom cures de mais linguagem! Esta é a tua b
ca, esta! SAPATEIRO Renegaria eu da festa e da puta da barca
e mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! SAPATEIRO Reneg
ia eu da festa e da puta da barcagem! Como poderá isso ser,
barca, esta! SAPATEIRO Renegaria eu da festa e da puta da b
cagem! Como poderá isso ser, confessado e comungado?!... DI
nos... Tu roubaste bem trint'anos o povo com teu mester. Emb
ca, eramá pera ti, que há já muito que t'espero! SAPATEIR
SAPATEIRO Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas de prest
? DIABO Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAP
nom me hão elas de prestar? DIABO Ouvir missa, então roub
, é caminho per'aqui. SAPATEIRO E as ofertas que darão? E
o roubar, é caminho per'aqui. SAPATEIRO E as ofertas que d
ão? E as horas dos finados? DIABO E os dinheiros mal levado
e vê Jan Antão! Ora juro a Deus que é graça! Vai-se à b
ca do Anjo, e diz: Hou da santa caravela, poderês levar-me
ue é graça! Vai-se à barca do Anjo, e diz: Hou da santa c
avela, poderês levar-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça.
à barca do Anjo, e diz: Hou da santa caravela, poderês lev
-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça. SAPATEIRO Nom há mer
anta caravela, poderês levar-me nela? ANJO A cárrega t'emb
aça. SAPATEIRO Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiqu
há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer irá. ANJO Essa b
ca que lá está Leva quem rouba de praça. Oh! almas embara
barca que lá está Leva quem rouba de praça. Oh! almas emb
açadas! SAPATEIRO Ora eu me maravilho haverdes por grão pe
uba de praça. Oh! almas embaraçadas! SAPATEIRO Ora eu me m
avilho haverdes por grão peguilho quatro forminhas cagadas
crito estás no caderno das ementas infernais. Torna-se à b
ca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barqueiros! Que aguarda
rnais. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou b
queiros! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo e levai-
barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barqueiros! Que agu
dais? Vamos, venha a prancha logo e levai-me àquele fogo! N
o do capelo; e, ele mesmo fazendo a baixa, começou de danç
, dizendo: FRADE Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã; ta-rai-ra
orque não? Como ora sei! DIABO Pois entrai! Eu tangerei e f
emos um serão. Essa dama é ela vossa? FRADE Por minha la t
Que cousa tão preciosa... Entrai, padre reverendo! FRADE P
a onde levais gente? DIABO Pera aquele fogo ardente que nom
rendo! FRADE Para onde levais gente? DIABO Pera aquele fogo
dente que nom temestes vivendo. FRADE Juro a Deus que nom t'
nto dado à virtude? Assi Deus me dê saúde, que eu estou m
avilhado! DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e par
u estou maravilhado! DIABO Não curês de mais detença. Emb
cai e partiremos: tomareis um par de ramos. FRADE Nom ficou
aravilhado! DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e p
tiremos: tomareis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'av
ABO Não curês de mais detença. Embarcai e partiremos: tom
eis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'avença. DIABO P
urês de mais detença. Embarcai e partiremos: tomareis um p
de ramos. FRADE Nom ficou isso n'avença. DIABO Pois dada e
so n'avença. DIABO Pois dada está já a sentença! FRADE P
deus! Essa seria ela! Não vai em tal caravela minha senhora
sentença! FRADE Pardeus! Essa seria ela! Não vai em tal c
avela minha senhora Florença. Como? Por ser namorado e folg
avela minha senhora Florença. Como? Por ser namorado e folg
com üa mulher se há um frade de perder, com tanto salmo r
viado! FRADE Mais estás bem corregido! DIABO Dovoto padre m
ido, haveis de ser cá pingado... Descobriu o Frade a cabeç
ngado... Descobriu o Frade a cabeça, tirando o capelo; e ap
eceu o casco, e diz o Frade: FRADE Mantenha Deus esta c'oroa
c'oroa! DIABO ó padre Frei Capacete! Cuidei que tínheis b
rete... FRADE Sabê que fui da pessoa! Esta espada é roloa
a lição d'esgrima, que é cousa boa! Começou o frade a d
lição d'esgrima com a espada e broquel, que eram d'esgrim
Esta é a primeira levada. Alto! Levantai a espada! Talho l
go, e um revés! E logo colher os pés, que todo o al no é
er os pés, que todo o al no é nada! Quando o recolher se t
da o ferir nom é prudente. Ora, sus! Mui largamente, cortai
o recolher se tarda o ferir nom é prudente. Ora, sus! Mui l
gamente, cortai na segunda guarda! - Guarde-me Deus d'esping
é prudente. Ora, sus! Mui largamente, cortai na segunda gu
da! - Guarde-me Deus d'espingarda mais de homem denodado. Aq
te. Ora, sus! Mui largamente, cortai na segunda guarda! - Gu
de-me Deus d'espingarda mais de homem denodado. Aqui estou t
gamente, cortai na segunda guarda! - Guarde-me Deus d'esping
da mais de homem denodado. Aqui estou tão bem guardado como
d'espingarda mais de homem denodado. Aqui estou tão bem gu
dado como a palhá n'albarda. Saio com meia espada... Hou l
m denodado. Aqui estou tão bem guardado como a palhá n'alb
da. Saio com meia espada... Hou lá! Guardai as queixadas! D
como a palhá n'albarda. Saio com meia espada... Hou lá! Gu
dai as queixadas! DIABO Oh que valentes levadas! FRADE Ainda
s outra vez caçada! Contra sus e um fendente, e, cortando l
gamente, eis aqui sexta feitada. Daqui saio com üa guia e u
om praza a São Domingos com tanta descortesia! Tornou a tom
a Moça pela mão, dizendo: FRADE Vamos à barca da Glória
Tornou a tomar a Moça pela mão, dizendo: FRADE Vamos à b
ca da Glória! Começou o Frade a fazer o tordião e foram d
rã; ta-ri-ri-rã; ta-ri-ri-rã. Huhá! Deo gratias! Há lug
cá pera minha reverença? E a senhora Florença polo meu e
pera minha reverença? E a senhora Florença polo meu entr
á lá! PARVO Andar, muitieramá! Furtaste esse trinchão, f
a reverença? E a senhora Florença polo meu entrará lá! P
VO Andar, muitieramá! Furtaste esse trinchão, frade? FRADE
nça? E a senhora Florença polo meu entrará lá! PARVO And
, muitieramá! Furtaste esse trinchão, frade? FRADE Senhora
me lá Florença, e compra-se esta sentença: ordenemos de p
tir. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcoviteira,
ta sentença: ordenemos de partir. Tanto que o Frade foi emb
cado, veio üa Alcoviteira, per nome Brízida Vaz, a qual ch
üa Alcoviteira, per nome Brízida Vaz, a qual chegando à b
ca infernal, diz desta maneira: BRÍZIDA Hou lá da barca, h
à barca infernal, diz desta maneira: BRÍZIDA Hou lá da b
ca, hou lá! DIABO Quem chama? BRÍZIDA Brízida Vaz. DIABO
ou lá! DIABO Quem chama? BRÍZIDA Brízida Vaz. DIABO E agu
da-me, rapaz? Como nom vem ela já? COMPANHEIRO Diz que nom
á-de vir cá sem Joana de Valdês. DIABO Entrai vós, e rem
ês. BRÍZIDA Nom quero eu entrar lá. DIABO Que sabroso arr
s. DIABO Entrai vós, e remarês. BRÍZIDA Nom quero eu entr
lá. DIABO Que sabroso arrecear! BRÍZIDA No é essa barca
marês. BRÍZIDA Nom quero eu entrar lá. DIABO Que sabroso
recear! BRÍZIDA No é essa barca que eu cato. DIABO E traz
. BRÍZIDA Nom quero eu entrar lá. DIABO Que sabroso arrece
! BRÍZIDA No é essa barca que eu cato. DIABO E trazês vó
ntrar lá. DIABO Que sabroso arrecear! BRÍZIDA No é essa b
ca que eu cato. DIABO E trazês vós muito fato? BRÍZIDA O
ABO E trazês vós muito fato? BRÍZIDA O que me convém lev
. Día. Que é o que havês d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos
ZIDA O que me convém levar. Día. Que é o que havês d'emb
car? BRÍZIDA Seiscentos virgos postiços e três arcas de f
A O que me convém levar. Día. Que é o que havês d'embarc
? BRÍZIDA Seiscentos virgos postiços e três arcas de feit
s d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos virgos postiços e três
cas de feitiços que nom podem mais levar. Três almários d
postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais lev
. Três almários de mentir, e cinco cofres de enlheos, e al
nlheos, e alguns furtos alheos, assi em jóias de vestir, gu
da-roupa d'encobrir, enfim - casa movediça; um estrado de c
IABO Ora ponde aqui o pé... BRÍZIDA Hui! E eu vou pera o P
aíso! DIABO E quem te dixe a ti isso? BRÍZIDA Lá hei-de i
ABO E quem te dixe a ti isso? BRÍZIDA Lá hei-de ir desta m
é. Eu sô üa mártela tal!... Açoutes tenho levados e tor
fosse ò fogo infernal, lá iria todo o mundo! A estoutra b
ca, cá fundo, me vou, que é mais real. Chegando à Barca d
ra barca, cá fundo, me vou, que é mais real. Chegando à B
ca da Glória diz ao Anjo: Barqueiro mano, meus olhos, pranc
ue é mais real. Chegando à Barca da Glória diz ao Anjo: B
queiro mano, meus olhos, prancha a Brísida Vaz. ANJO: Eu n
, olho de perlinhas finas! E eu som apostolada, angelada e m
telada, e fiz cousas mui divinas. Santa Úrsula nom converte
ue nenhüa se perdeu. E prouve Àquele do Céu que todas ach
am dono. Cuidais que dormia eu sono? Nem ponto se me perdeu!
dormia eu sono? Nem ponto se me perdeu! ANJO Ora vai lá emb
car, não estês importunando. BRÍZIDA Pois estou-vos eu co
mia eu sono? Nem ponto se me perdeu! ANJO Ora vai lá embarc
, não estês importunando. BRÍZIDA Pois estou-vos eu conta
RÍZIDA Pois estou-vos eu contando o porque me haveis de lev
. ANJO Não cures de importunar, que não podes vir aqui. BR
ndo o porque me haveis de levar. ANJO Não cures de importun
, que não podes vir aqui. BRÍZIDA E que má-hora eu servi,
ÍZIDA E que má-hora eu servi, pois não me há-de aproveit
!... Torna-se Brízida Vaz à Barca do Inferno, dizendo: BR
ois não me há-de aproveitar!... Torna-se Brízida Vaz à B
ca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou barqueiros da má-hora,
se Brízida Vaz à Barca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou b
queiros da má-hora, que é da prancha, que eis me vou? E j
prancha, que eis me vou? E já há muito que aqui estou, e p
eço mal cá de fora. DIABO Ora entrai, minha senhora, e ser
ida, vós o sentirês agora... Tanto que Brízida Vaz se emb
cou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando ao ba
chegando ao batel dos danados, diz: JUDEU Que vai cá? Hou m
inheiro! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta
heiro! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta b
ca que preste? DIABO Esta barca é do barqueiro. JUDEU. Pass
vieste!... JUDEU Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta b
ca é do barqueiro. JUDEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO
JUDEU Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta barca é do b
queiro. JUDEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode h
o cabrões. JUDEU Eis aqui quatro tostões e mais se vos pag
á. Por vida do Semifará que me passeis o cabrão! Querês
qui quatro tostões e mais se vos pagará. Por vida do Semif
á que me passeis o cabrão! Querês mais outro tostão? DIA
ês, do batel? Corregedor, coronel, castigai este sandeu! Az
á, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, caganeira que t
lenha, caganeira que te venha! Má corrença que te acuda! P
el Deu, que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla do
cinhos! Fazes burla dos meirinhos? Dize, filho da cornuda! P
VO Furtaste a chiba cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhot
s? Dize, filho da cornuda! PARVO Furtaste a chiba cabrão? P
ecês-me vós a mim gafanhoto d'Almeirim chacinado em um sei
d'Almeirim chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te pass
ão, porque vão mais despejados. PARVO E ele mijou nos fina
IABO Judeu, lá te passarão, porque vão mais despejados. P
VO E ele mijou nos finados n'ergueja de São Gião! E comia
E ele mijou nos finados n'ergueja de São Gião! E comia a c
ne da panela no dia de Nosso Senhor! E aperta o salvador, e
ela no dia de Nosso Senhor! E aperta o salvador, e mija na c
avela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu, irês à
ruim pessoa. Levai o cabrão na trela! Vem um Corregedor, c
regado de feitos, e, chegando à barca do Inferno, com sua v
la! Vem um Corregedor, carregado de feitos, e, chegando à b
ca do Inferno, com sua vara na mão, diz: CORREGEDOR Hou da
regado de feitos, e, chegando à barca do Inferno, com sua v
a na mão, diz: CORREGEDOR Hou da barca! DIABO Que quereis?
a do Inferno, com sua vara na mão, diz: CORREGEDOR Hou da b
ca! DIABO Que quereis? CORREGEDOR Está aqui o senhor juiz?
mador de perdiz. gentil cárrega trazeis! CORREGEDOR No meu
conhecereis que nom é ela do meu jeito. DIABO Como vai lá
emos há-de ir um corregedor? DIABO Santo descorregedor, emb
cai, e remaremos! Ora, entrai, pois que viestes! CORREGEDOR
ir um corregedor? DIABO Santo descorregedor, embarcai, e rem
emos! Ora, entrai, pois que viestes! CORREGEDOR Non est de r
de regulae juris, não! DIABO Ita, Ita! Dai cá a mão! Rem
emos um remo destes. Fazei conta que nacestes pera nosso com
conta que nacestes pera nosso companheiro. - Que fazes tu, b
zoneiro? Faze-lhe essa prancha prestes! CORREGEDOR Oh! Reneg
tes! CORREGEDOR Oh! Renego da viagem e de quem me há-de lev
! Há 'qui meirinho do mar? DIABO Não há tal costumagem. C
da viagem e de quem me há-de levar! Há 'qui meirinho do m
? DIABO Não há tal costumagem. CORREGEDOR Nom entendo esta
DIABO Não há tal costumagem. CORREGEDOR Nom entendo esta b
cagem, nem hoc nom potest esse. DIABO Se ora vos parecesse q
o esta barcagem, nem hoc nom potest esse. DIABO Se ora vos p
ecesse que nom sei mais que linguagem... Entrai, entrai, cor
i! CORREGEDOR Domine, memento mei! DIABO Non es tempus, bach
el! Imbarquemini in batel quia Judicastis malitia. CORREGEDO
EDOR Domine, memento mei! DIABO Non es tempus, bacharel! Imb
quemini in batel quia Judicastis malitia. CORREGEDOR Sempre
mea. DIABO Et vobis quoque cum ea, não temuistis Deus. A l
go modo adquiristis sanguinis laboratorum ignorantis peccato
ntis peccatorum. Ut quid eos non audistis? CORREGEDOR Vós,
rais, nonne legistis que o dar quebra os pinedos? Os direito
on audistis? CORREGEDOR Vós, arrais, nonne legistis que o d
quebra os pinedos? Os direitos estão quedos, sed aliquid t
o bem fraguados. Estando o Corregedor nesta prática com o
rais infernal chegou um Procurador, carregado de livros, e d
nesta prática com o Arrais infernal chegou um Procurador, c
regado de livros, e diz o Corregedor ao Procurador: CORREGED
rocurador! PROCURADOR Bejo-vo-las mãos, Juiz! Que diz esse
rais? Que diz? DIABO Que serês bom remador. Entrai, bachare
arrais? Que diz? DIABO Que serês bom remador. Entrai, bach
el doutor, e ireis dando na bomba. PROCURADOR E este barquei
bacharel doutor, e ireis dando na bomba. PROCURADOR E este b
queiro zomba... Jogatais de zombador? Essa gente que aí est
ieramá! CORREGEDOR Confessaste-vos, doutor? PROCURADOR Bach
el som. Dou-me à Demo! Não cuidei que era extremo, nem de
u de volver depois que o apanhais. DIABO Pois porque nom emb
cais? PROCURADOR Quia speramus in Deo. DIABO Imbarquemini in
ue nom embarcais? PROCURADOR Quia speramus in Deo. DIABO Imb
quemini in barco meo... Pera que esperatis mais? Vão-se amb
is? PROCURADOR Quia speramus in Deo. DIABO Imbarquemini in b
co meo... Pera que esperatis mais? Vão-se ambos ao batel da
ória, e, chegando, diz o Corregedor ao Anjo: CORREGEDOR Ó
rais dos gloriosos, passai-nos neste batel! ANJO Oh! pragas
RREGEDOR Oh! habeatis clemência e passai-nos como vossos! P
VO Hou, homens dos breviairos, rapinastis coelhorum et perni
h! não nos sejais contrairos, pois nom temos outra ponte! P
VO Belequinis ubi sunt? Ego latinus macairos. ANJO A justiç
go latinus macairos. ANJO A justiça divinal vos manda vir c
regados porque vades embarcados nesse batel infernal. CORREG
A justiça divinal vos manda vir carregados porque vades emb
cados nesse batel infernal. CORREGEDOR Oh! nom praza a São
ados nesse batel infernal. CORREGEDOR Oh! nom praza a São M
çal! coa ribeira, nem co rio! Cuidam lá que é desvario ha
ão Marçal! coa ribeira, nem co rio! Cuidam lá que é desv
io haver cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribeira é esta tal
haver cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribeira é esta tal! P
VO Parecês-me vós a mi como cagado nebri, mandado no Sardo
cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribeira é esta tal! PARVO P
ecês-me vós a mi como cagado nebri, mandado no Sardoal. Em
PARVO Parecês-me vós a mi como cagado nebri, mandado no S
doal. Embarquetis in zambuquis! CORREGEDOR Venha a negra pra
cês-me vós a mi como cagado nebri, mandado no Sardoal. Emb
quetis in zambuquis! CORREGEDOR Venha a negra prancha cá! V
: «Justiça que manda fazer....» CORREGEDOR E vós... torn
a tecer e urdir outra meada. BRÍZIDA Dizede, juiz d'alçad
vem lá Pêro de Lixboa? Levá-lo-emos à toa e irá nesta b
cada. Vem um homem que morreu Enforcado, e, chegando ao bate
nforcado, e, chegando ao batel dos mal-aventurados, disse o
rais, tanto que chegou: DIABO Venhais embora, enforcado! Que
o que chegou: DIABO Venhais embora, enforcado! Que diz lá G
cia Moniz? ENFORCADO Eu te direi que ele diz: que fui bem-av
itos que eu fiz me fazem canonizado. DIABO Entra cá, govern
ás atá as portas do Inferno. ENFORCADO Nom é essa a nau q
IABO Mando-te eu que aqui irás. ENFORCADO Oh! nom praza a B
rabás! Se Garcia Moniz diz que os que morrem como eu fiz s
eu que aqui irás. ENFORCADO Oh! nom praza a Barrabás! Se G
cia Moniz diz que os que morrem como eu fiz são livres de S
E, no passo derradeiro, me disse nos meus ouvidos que o lug
dos escolhidos era a forca e o Limoeiro; nem guardião do m
que o lugar dos escolhidos era a forca e o Limoeiro; nem gu
dião do moesteiro nom tinha tão santa gente como Afonso Va
om tinha tão santa gente como Afonso Valente que é agora c
cereiro. DIABO Dava-te consolação isso, ou algum esforço?
a-te consolação isso, ou algum esforço? ENFORCADO Com o b
aço no pescoço, mui mal presta a pregação... E ele leva
resta a pregação... E ele leva a devação que há-de torn
a jentar... Mas quem há-de estar no ar avorrece-lhe o serm
regação... E ele leva a devação que há-de tornar a jent
... Mas quem há-de estar no ar avorrece-lhe o sermão. DIAB
devação que há-de tornar a jentar... Mas quem há-de est
no ar avorrece-lhe o sermão. DIABO Entra, entra no batel,
ão que há-de tornar a jentar... Mas quem há-de estar no
avorrece-lhe o sermão. DIABO Entra, entra no batel, que ao
ADO O Moniz há-de mentir? Disse-me que com São Miguel jent
ia pão e mel tanto que fosse enforcado. Ora, já passei meu
Agora não sei que é isso: não me falou em ribeira, nem b
queiro, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso. Isto muito
que é isso: não me falou em ribeira, nem barqueiro, nem b
queira, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em seu siso. e
em ribeira, nem barqueiro, nem barqueira, senão - logo ò P
aíso. Isto muito em seu siso. e era santo o meu baraço...
ogo ò Paraíso. Isto muito em seu siso. e era santo o meu b
aço... Eu não sei que aqui faço: que é desta glória emp
finados e missas de São Gregório. DIABO Quero-te desengan
: se o que disse tomaras, certo é que te salvaras. Não o q
ão Gregório. DIABO Quero-te desenganar: se o que disse tom
as, certo é que te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alt
-te desenganar: se o que disse tomaras, certo é que te salv
as. Não o quiseste tomar... - Alto! Todos a tirar, que est
disse tomaras, certo é que te salvaras. Não o quiseste tom
... - Alto! Todos a tirar, que está em seco o batel! - Saí
ue te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alto! Todos a tir
, que está em seco o batel! - Saí vós, Frei Babriel! Ajud
em seco o batel! - Saí vós, Frei Babriel! Ajudai ali a bot
! Vêm Quatro Cavaleiros cantando, os quais trazem cada um a
tavam, quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALEIROS À b
ca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca, à barc
nto a palavra dela, é a seguinte: CAVALEIROS À barca, à b
ca segura, barca bem guarnecida, à barca, à barca da vida!
dela, é a seguinte: CAVALEIROS À barca, à barca segura, b
ca bem guarnecida, à barca, à barca da vida! Senhores que
seguinte: CAVALEIROS À barca, à barca segura, barca bem gu
necida, à barca, à barca da vida! Senhores que trabalhais
LEIROS À barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à b
ca, à barca da vida! Senhores que trabalhais pola vida tran
barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca, à b
ca da vida! Senhores que trabalhais pola vida transitória,
ria, memória , por Deus, memória deste temeroso cais! À b
ca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca, à ba
ria , por Deus, memória deste temeroso cais! À barca, à b
ca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca, à barca da vid
memória deste temeroso cais! À barca, à barca, mortais, B
ca bem guarnecida, à barca, à barca da vida! Vigiai-vos, p
ste temeroso cais! À barca, à barca, mortais, Barca bem gu
necida, à barca, à barca da vida! Vigiai-vos, pecadores, q
ais! À barca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida, à b
ca, à barca da vida! Vigiai-vos, pecadores, que, depois da
rca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca, à b
ca da vida! Vigiai-vos, pecadores, que, depois da sepultura,
tura, neste rio está a ventura de prazeres ou dolores! À b
ca, à barca, senhores, barca mui nobrecida, à barca, à ba
e rio está a ventura de prazeres ou dolores! À barca, à b
ca, senhores, barca mui nobrecida, à barca, à barca da vid
tura de prazeres ou dolores! À barca, à barca, senhores, b
ca mui nobrecida, à barca, à barca da vida! E passando per
res! À barca, à barca, senhores, barca mui nobrecida, à b
ca, à barca da vida! E passando per diante da proa do batel
rca, à barca, senhores, barca mui nobrecida, à barca, à b
ca da vida! E passando per diante da proa do batel dos danad
danados assi cantando, com suas espadas e escudos, disse o
rais da perdição desta maneira: DIABO Cavaleiros, vós pas
s que nos demandais? Siquer conhecê-nos bem: morremos nas P
tes d'Além, e não queirais saber mais. DIABO Entrai cá! Q
sto! CAVALEIROS Quem morre por Jesu Cristo não vai em tal b
ca como essa! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho d
morre por Jesu Cristo não vai em tal barca como essa! Torn
am a prosseguir, cantando, seu caminho direito à barca da G
a! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho direito à b
ca da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: ANJO Ó cava
6. Vigoroso
7. Escolar
udante Há que se cuidar da vida Há que se cuidar do mundo
conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminh
1.Os alunos faltaram no período escolar. 2.A vida escol
foi a melhor possivel. CORAÇÃO DE ESTUDANTE (Wagner Tiso
ÃO DE ESTUDANTE (Wagner Tiso /Milton Nascimento) Quero fal
de uma coisa Adivinha onde ela anda Deve estar dentro do pe
to) Quero falar de uma coisa Adivinha onde ela anda Deve est
dentro do peito Ou caminha pelo ar Pode estar aqui do lado
ha onde ela anda Deve estar dentro do peito Ou caminha pelo
Pode estar aqui do lado Bem mais perto que pensamos A folha
anda Deve estar dentro do peito Ou caminha pelo ar Pode est
aqui do lado Bem mais perto que pensamos A folha da juventu
amos A folha da juventude É o nome certo desse amor Já pod
am seus momentos Desviaram seu destino Seu sorriso de menino
e É o nome certo desse amor Já podaram seus momentos Desvi
am seu destino Seu sorriso de menino Quantas vezes se escond
nova-se a esperança Nova aurora, cada dia E há que se cuid
do broto Pra que a vida nos dê Flor flor o o e fruto Cora
Flor flor o o e fruto Coração de estudante Há que se cuid
da vida Há que se cuidar do mundo Tomar conta da amizade A
ção de estudante Há que se cuidar da vida Há que se cuid
do mundo Tomar conta da amizade Alegria e muito sonho Espal
nte Há que se cuidar da vida Há que se cuidar do mundo Tom
conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminh